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Zema reprova vice do Novo e quer nome de outro partido para vencer Kalil

Em meio às consecutivas derrotas na Assembleia Legislativa, entre elas, a última na qual os deputados estaduais derrubaram seus vetos à reposição salarial ampliada de servidores, Zema também é pressionado por seu partido, o Novo, e pelos aliados para definir sua chapa de reeleição.

Zema não quer vice de seu partido, que indicou Mateus Simões, foto Gil Leonardi/ImprensaMG


Ao contrário de seu partido, que resiste à indicação do candidato a vice por outro partido, o governador Romeu Zema quer ampliar sua base de apoio, especialmente depois que surgiu um candidato da terceira via em Minas, que afeta diretamente sua candidatura de reeleição. A possível candidatura do senador Carlos Viana, do PL, com apoio do presidente Bolsonaro, deve tirar de Zema os votos bolsonaristas.


Por isso, Zema não quer mais um vice do Novo, mas de um dos partidos aliados. Prioriza os apoios do PP progressista e da União Brasil, para ampliar sua base de apoio na eleição e, caso seja reeleito, na futura gestão. Zema está convencido de que, na campanha, vai precisar de tempo de televisão e rádio para encarar a disputa eleitoral, com o aumento da concorrência. Além de Viana, já polarizava a disputa com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PSD.


O que querem os aliados


Dos aliados, o União Brasil indicou o ex-secretário dele, Bilac Pinto, que, entre um lapso e outro, Zema o chama de Olavo Bilac, o poeta parnasiano falecido no início do século passado. O partido Novo reprova a indicação por conta de sua malsucedida experiência como secretário de Governo. O PP reivindica a vaga de vice para seu presidente estadual, o deputado federal Marcelo Aro.


Já o PSDB, outro aliado, reclama descaso e cobra espaço, caso contrário, ameaça lançar candidato próprio. Com medo de alianças com outros partidos, que considera da velha política, o partido Novo não quer correr riscos e indica o nome do ex-secretário de Zema, Mateus Simões.


Primeira lição da gestão atual


Além do fator Carlos Viana, Zema está preocupado com eventual novo mandato, de governar sem apoio na Assembleia Legislativa. Perdeu na maioria das votações, e não conseguiu, nem de longe, aprovar suas pautas liberais de privatização, enxugamento da máquina pública e de adesão ao regime de recuperação fiscal do governo federal. Hoje, Zema só pode contar com o apoio de 21 deputados, ainda assim, nessa votação da reposição, 18 dos aliados ficaram em cima do muro e não votaram a favor de Zema nem contra os servidores públicos.


Junto do apoio parlamentar, Zema considera inviável governar sem ter um aliado, ou parceiro, na presidência da Assembleia Legislativa, para conduzir suas pautas.


Judicialização constante


Agora, por conta do aumento na reposição salarial dos servidores da saúde, segurança e educação, Zema terá que recorrer pela terceira vez ao Judiciário para tentar barrar decisão da Assembleia. A partir de maio, começa a pagar a reposição de 10,06% que já está garantida e com retroatividade a janeiro, deste ano, conforme aprovação da Assembleia Legislativa.


No Judiciário, não dá para apenas dizer que não tem recursos para bancar as reposições maiores aprovadas. Terá que mostrar as contas, a situação financeira real do Estado, coisa que o governo, até então, nega a transparência. Como um e outro podem recorrer de decisões judiciais, a tendência é de que a solução seja demorada.


Kalil e o PT


Ainda no campo político e eleitoral, o rival de Zema, o ex-prefeito Alexandre Kalil, do PSD, também está sofrendo pressão do PT para abrir espaço na chapa, reivindicando a vaga de senador. Kalil se apressou em fechar as portas ao PT ao acertar com o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus, para ser seu vice, e com o senador Alexandre Silveira para disputar a vaga ao Senado, todos do PSD, numa chapa puro-sangue. O trunfo do PT é o apoio mútuo que está sendo articulado entre Kalil e o ex-presidente Lula, candidato presidencial do PT.



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