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Líder do Governo receita a Zema silêncio e caldo de galinha contra mal maior

Se fosse recorrer ao estilo adotado pelo governador Romeu Zema (Novo), o líder do governo na Assembleia Legislativa, Gustavo Valadares (PSDB), teria dito a ele ‘cala a boca’. Ao contrário, o tucano foi educado e receitou ao governador, nessa quarta (7), silêncio e respeito ao enfrentar crises com a Assembleia Legislativa para evitar o pior. Horas antes, o governador disse, genericamente, que os deputados que o criticam “não tiram a bunda da cadeira”.

Líder do governo, Gustavo Valadares, pede desculpas aos deputados, foto Clarissa Barçante/ALMG


“Não conversei com o governador após essa entrevista, mas é o líder do Governo que agora pede desculpas aos 77 deputados desta casa. Perdão! Espero que o governador faça o mesmo”, afirmou Gustavo Valadares. “Com críticas e elogios se constrói a democracia, assim ajudamos a fazer um Estado melhor. Mas vou aconselhar ao governador que adote o silêncio como o melhor caminho neste momento. Para que possamos construir pontes e buscar alternativas para esta crise que está instalada em Minas Gerais”, receitou.


Está muito cedo para romper com a Assembleia. Faltam ainda 18 meses para o fim do atual mandato e 16 meses para as próximas eleições. Até lá, o governo vai carecer do apoio da Assembleia ara aprovação de projetos ordinários, extraordinários e prioritários. Por isso, não se pode brincar com fogo; caso contrário, corre o risco de sofrer até o mal maior, ou seja, um processo de cassação. Daí, a receita de seu líder: silêncio e respeito, o que pode ser traduzido na sabedoria política como ‘cautela e caldo de galinha’ não fazem mal a ninguém.


Reação emocionada à derrota


As declarações do governador foram dadas à rádio Super, alegando que os deputados que mais criticam seu governo seriam os que pouco trabalham. Zema fez o comentário um dia após nova derrota do governo no projeto sobre o acordo da Vale. O projeto define o destino de R$ 11,5 bilhões, a parte que coube ao governo mineiro no acordo com a mineradora Vale como reparação pelos danos da tragédia de Brumadinho (Grande BH). No desastre, morreram cerca de 300 pessoas, além da destruição ambiental e econômica da região.


Com esse valor, o governo pretende fazer várias obras de infraestrutura, entre elas o Rodoanel na Grande BH, pelo valor de R$ 5 bilhões, para desafogar o trânsito da capital. Prevê ainda conclusão de hospitais regionais, e outras obras polêmicas, consideradas desnecessárias pelos deputados, como a troca da fiação elétrica da Cidade Administrativa. E também reformulação de alguns órgãos públicos.


Do valor total, os deputados decidiram repassar R$ 1,5 bilhão para os 854 municípios, de acordo com o critério populacional. Em negociação, o governo concordou, mas divergiu na forma do repasse. Os deputados queriam transferência especial, direta, sem amarras burocráticas. Já o governo exigia a realização de convênios para facilitar a fiscalização e prestação de contas na aplicação dos recursos pelos prefeitos.


CPI dos fura-filas deve indiciar ex-secretário


Na falta de entendimento e de convencimentos, os deputados aprovaram uma PEC (emenda à Constituição) para aprovar o formato de transferência especial. A votação da PEC foi uma derrota do governo pelo placar de 70 a 3, com a ajuda do líder do governo e da maioria da bancada governista. Só votaram com o governo os três deputados do partido Novo. Ainda no projeto, vão definir quais destinações podem ser feitas pelos prefeitos com o recurso a ser repassado.


Além disso, começa nesta quinta (8), os trabalhos da CPI que investigará denúncias de irregularidades na principal estatal mineira, a Cemig. O governador tem como objetivo vender a companhia. Ainda hoje, deverá ser concluída a CPI dos fura-filas, que investiga a vacinação irregular no Estado contra a Covid-19, quando mais de 2 mil pessoas se vacinaram fora da hora. O indicativo é de que serão indiciados pela CPI a cúpula da Secretaria de Saúde, já demitida por Zema por essa mesma razão. Era comandada pelo ex-secretário Carlos Amaral.


Oposição vê comentários “chulos” do governador


Sobre as críticas do governador, André Quintão (PT), líder da oposição ao governo, considerou que faltou respeito do governador ao Parlamento mineiro. Ainda classificou como “chulos” os termos usados por Romeu Zema ao se referir aos deputados. “Ontem (terça, 6), enquanto nós votávamos aqui no Plenário a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, projeto do governador, ele visitava Campos Altos (Alto Paranaíba)”, apontou.


Líder do Bloco Minas São Muitas, de posição independente, Cássio Soares (PSD) também classificou como “infelizes” as declarações do governador. “Ele não deveria generalizar as críticas. Ele deve estar muito envolvido com suas práticas empresariais e pouco acompanhou a história dessa Casa na construção de capítulos importantes para os mineiros”, ironizou.


Soares criticou ainda o anúncio feito por Zema de investimentos no Estado, que ainda não se concretizaram, e a queda de investimentos na saúde em plena pandemia de coronavírus. “Os números dos gastos em saúde deste governo são lamentáveis”, concluiu.


Deputado cobra fim do parcelamento de salários


Representante das forças de segurança do Estado, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) fez coro aos colegas e classificou como “absurda” e “muito infeliz” a fala do governador. “Eu conheço 820 dos 853 municípios mineiros, e viajando de carro, não no conforto de um helicóptero como o senhor governador faz. O deputado não pode se dar ao luxo de ficar sentado na cadeira, como o senhor diz, pois esse o eleitor não traz de volta no crivo das urnas”, criticou.


O deputado garantiu que o Executivo já tem recursos disponíveis para quitar os salários de todas os servidores até o quinto dia útil. “Pare de mentir sobre as receitas do Estado, pare de politicagem”, cobrou Sargento Rodrigues.


“O senhor ainda não colocou o pagamento em dia com medo de os servidores cobrarem a reposição da perda inflacionária”, emendou o deputado. Ele antecipou que irá reforçar a mobilização. dos servidores das forças de segurança para pressionar o Executivo sobre o pagamento imediato de verbas devidas.


Esticar a corda e pagar pra ver não são duas boas políticas. Desde o início da gestão, Zema tem problemas com a Assembleia. Perdeu na maioria dos enfrentamentos por uma simples razão, por transferir a outros a responsabilidade maior que é sua de coordenar politicamente o governo do qual ele é o chefe. Ele já tentou e fez três ou quatros mudanças na área, mas mantém os mesmos erros.




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