Decidido: Zema será candidato com ou sem apoio de Bolsonaro
- Orion Teixeira
- 7 de ago.
- 3 min de leitura
Mais focado nas eleições do ano que vem, o governador Romeu Zema e o seu partido Novo tomaram uma decisão a 10 dias do lançamento de sua pré-candidatura presidencial. Zema será, em 2026, candidato presidencial no campo da direita, tendo ou não o apoio do ex-presidente Bolsonaro (PL). Até então, Zema havia adotado a narrativa fortemente antipetista para atrair o eleitorado bolsonarista e ganhar a confiança do ex-presidente.

Governador Zema será lançado presidenciável pelo partido Novo, foto Dirceu Aurélio/ImprensaMG
O governador mineiro já foi avisado que não será o nome de Bolsonaro nas próximas eleições. Além disso, o radicalismo bolsonarista caminha para um enfrentamento com o qual Zema está tendo dificuldades em aderir, como nos embates com o STF e apoio ao tarifaço de Trump. Por conta disso, o filho 03, Eduardo, vinculou Zema à “turminha da elite financeira”.
No domingo passado, os principais governadores do campo bolsonarista boicotaram a manifestação convocada pelos bolsonaros. O paulista Tarcísio de Freitas, o goiano Ronaldo Caiado, o paranaense Ratinho e Zema foram duramente criticados.
Sobrevivência do partido
A disposição eleitoral do Novo e de Zema está relacionada, principalmente, à sobrevivência do partido, maior até do que a conquista da Presidência da República. Para sobreviver, o Novo precisa alcançar a chamada cláusula de barreiras, conquistando uma bancada mínima de 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove estados. Ou a obtenção de, no mínimo, 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles.
Dessa forma, o partido poderá ter acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita em TV e rádio. Caso contrário, terá que buscar fusões com outras legendas. Na cabeça de chapa, acreditam que Zema será um bom puxador de votos para ajudar a eleger o maior número de deputados federais e não virar um partido nanico.
Chamada geral
Zema está chamando deputados aliados para participarem do lançamento de sua pré-candidatura a presidente no próximo dia 16. O evento acontecerá em São Paulo, na Casa Americana de Comércio para o Brasil (Amcham). Pela primeira vez, um partido vai cobrar ingresso para a reunião pré-eleitoral.
No primeiro lote, custava R$ 60; hoje, no quarto lote, está em R$ 100,00 como valor mínimo. As doações poderão ser maiores, mas sem ultrapassar os 10% da renda bruta auferida no ano anterior (orientação da organização para não trombar com a legislação). O objetivo é formar caixa para a campanha presidencial de Zema, já que o partido não tem fundo partidário com esse potencial. Numa rápida consulta entre os deputados estaduais, o quórum de participação ainda não é animador.
Empossado e convocado
No mesmo dia em que foi empossado, nesta quarta (6), o novo secretário de Educação de Minas, Rossieli Soares, já foi convocado pela Assembleia Legislativa. A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia quer, oficialmente, que ele apresente o plano de trabalho para a educação básica e superior de Minas. O colegiado é integrado por quatro deputados da oposição ao governo. Rossieli tem currículo na área, já foi ministro (2018) e secretário da pasta em São Paulo, Amazonas e Pará.
Além do futuro, os deputados querem esclarecer o passado recente do secretário. Numa consulta pelo google, anotaram que ele foi demitido do cargo, há dois meses, pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). A queda estaria relacionada à denúncia de improbidade administrativa em ação movida pelo Ministério Público do Amazonas, onde ele também foi secretário de Educação. A audiência será seu primeiro teste de fogo no governo Zema.
Sinais de paralisação
Quem passou pela Cidade Administrativa (sede do governo estadual), nesta quarta (6), viu movimentação diferente nos 6º e 7º andares do prédio Gerais. Da base, espalhada pelo estado, à cúpula da administração da Secretaria da Fazenda, os indicativos são de greve geral.
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