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Caixas pretas rondam e afetam o cidadão a cada ano novo

As caixas pretas voltam a assombrar a vida dos belo-horizontinos e dos moradores da Grande BH, que usam os serviços de transporte público da capital e o metropolitano. Todos praticaram negacionismo quando, entre outros, o assunto era reajuste das tarifas, escondendo o jogo, com medo de repercussão negativa. Como já é prática, anunciam o tarifaço no intervalo entre o Natal e o ano novo, quando é grande a desmobilização. Muita gente viaja, outros fazem revezamento de plantões para curtir as festas natalinas.

Ao lado de Gabriel Azevedo, Zema e Fuad assinam parceria para o Carnaval 2024, foto Rodrigo Clemente/PBH


Ainda assim, sem piedade e sem discussão, a Prefeitura da capital e o Governo de Minas anunciaram os reajustes que são maiores do que a mera reposição inflacionária. São índices maiores do que a inflação, no caso de Belo Horizonte, três vezes maior, de 16,6%. Do estado, ficam duas vezes ou mais, dependendo das linhas que fazem o serviço ligando a capital a cidades da região metropolitana.


O silêncio e a falta de transparência impressionam e deixam a sensação de que a caixa preta realmente está rondando por aí. No próximo ano, que é eleitoral e com jeito de acerto de contas, um dos grandes debates deverá ser a adoção de transporte gratuito. Senão para todos, pelo menos para segmentos mais vulneráveis da população.

Quem usa ônibus são as pessoas que vêm e vão trabalhar no centro da capital ou em bairros distantes. Não o fazem por passeio.


Além do preço salgado, ainda enfrentam a baixa qualidade do serviço e a demora no atendimento. Quem passa, por exemplo, pela Avenida Afonso Pena, e para um pouquinho pode avaliar vê que enquanto passam centenas de carros, circula um ou dois veículos coletivos. O prefeito Fuad Noman havia garantido que, se tivesse reajuste, seria pequeno, mas ficou três vezes maior que a inflação e em um período em que as empresas receberam subsídio.


As empresas de ônibus de BH não podem alegar prejuízos. Recebem subsídio desde 2022, quando foram pagos R$ 237,5 milhões pelo município. Já em 2023, para manter os R$ 4,50 das passagens, foram pagos R$ 512,7 milhões, sendo R$ 390 milhões da PBH e R$ 120 milhões da Câmara Municipal. E o diesel não tem reajuste programado.

A Câmara de BH também deixou a caixa preta correr sem quaisquer travas, como pretende fazer agora o presidente da casa, Gabriel Azevedo, um dia depois do anúncio e no meio do recesso parlamentar. Todo mundo sabia que isso iria acontecer. A oposição também ficou esperando e, agora, ganhou um prato cheio.


Pacheco e o RRF


A assessoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), garante que ele, ao contrário do que dissemos aqui, não usou a expressão “RRF está enterrado”. Ele discutiu o assunto com lideranças sindicais mineiras no dia 19 passado, quando ouviu as propostas e apreensões delas.

(*) coluna publicada no jornal Estado de Minas

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