Assembleia expõe e mostra que Zema pede muito e dá pouco para enchentes
A Assembleia Legislativa anunciou, nesta quinta (13), que vai liberar (devolver) ao governo do Estado R$ 106,5 milhões sob a recomendação de que seja gasto com as vítimas das chuvas. No dia 4 último, Zema anunciou, na verdade antecipou R$ 6,3 milhões, recursos que são dos municípios para que eles, os 55 mais atingidos, enfrentem o momento difícil.
Entre um e outro, Zema pediu ao governo federal, na quarta (12), R$ 935 milhões para obras e atendimentos emergenciais por conta das chuvas no estado. No mesmo dia, reconheceu que subiu para 341 o número de municípios mineiros em situação de emergência. Dali não saiu mais nenhum dinheiro. Essa tem sido a medida adotada por Zema, quando se trata de cuidar das pessoas e de investir no social, como fez durante toda a pandemia do coronavírus.
Os presidentes da Assembleia, Agostinho Patrus, e da AMM, Julvan Lacerda, fotos Ascom/ALMG e site da AMM
“Os 77 deputados economizaram e a Assembleia devolveu R$ 106,5 milhões. Este valor deverá obrigatoriamente ser usado para minimizar o sofrimento dos mineiros com a forte chuva que atinge Minas. A bola está com o Zema para a distribuição deste recurso”, escreveu Agostinho Patrus, presidente da Assembleia em sua conta no Twitter.
Burocracia e falta de planejamento
Sem planejamento ou prioridade, o governo Zema até agora nada fez com a “bola” que lhe foi passada e não disse onde e como irá aplicar o dinheiro que é tão esperado pelos municípios.
O presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, reclamou com razão quando diz que a burocracia e a má vontade travam a assistência ao cidadão na hora difícil. “Além de todos os problemas a serem enfrentados, os municípios precisam vencer a intensa burocracia do governo federal, que, teoricamente, disponibiliza recursos para socorrer”, disse ele. Em entrevista, confirmou que ficam só na teoria, porque a burocracia para ter acesso a esses recursos é tão grande que, muitas vezes, não chega a tempo para socorrer a situação”, criticou.
As chuvas em Minas Gerais vêm deixando municípios inteiros isolados. Em algumas regiões, a lama tomou casas, ruas, pontes e deixou vítimas. O número de mortos em consequência do período chuvoso chegou a 25 nesta quinta-feira (13), segundo o boletim da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Desde o início das chuvas, mais de 4 mil pessoas estão desabrigadas e 26 mil ficaram desalojadas no estado.
Prefeitos irritados
Numa reunião relâmpago com os municípios da Grande BH, na quarta (12), Zema deixou mensagem de que poderia liberar R$ 40 milhões para todos eles. Claro, eles ficaram indignados com o apreço que Zema tem pelo caixa estadual e o desapreço para com o drama humano.
Resumindo a situação, o rival declarado de Zema e concorrente dele na disputa pelo Governo de Minas, o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), cobrou dele o repasse de R$ 70 milhões para obra contra chuva. “Na reunião que os prefeitos da Grande Belo Horizonte tiveram, em que o governador ficou presente por cinco minutos, foi oferecida a bagatela, para todas as cidades da Região Metropolitana, de R$ 40 milhões. É falta de noção absoluta da necessidade e de dinheiro”, afirmou, em entrevista à Band News.
Para Décio Junior, secretário de Brumadinho, o bate-papo foi meramente “burocrático”. “O governador fez uma fala e saiu durante a reunião, para atender à imprensa. Ficamos, prefeitos e representantes dos municípios, reunidos com a equipe [do governo]”.
Kalil cobrou ainda a liberação de R$ 70 milhões do governo estadual, como contrapartida para obras igualmente emergenciais na Avenida Teresa Cristina. O ponto em questão está, especialmente na região Noroeste de BH, para evitar as cheias do Arrudas na região. Politizando a querela, Kalil sugeriu a Zema que, segundo ele, é amigo e aliado de Bolsonaro, pedisse ao presidente para fazer um pix de R$ 1 bilhão para socorrer Minas nesse momento
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