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Para manter a frente sobre Bolsonaro, Lula flerta com centro e ‘esconde’ o PT

Muito já foi dito sobre isso, que o lulismo é maior que o petismo. Toda vez que o petismo põe a cabeça pra fora, vem com igual força o antipetismo, que será explorado e atacado por Jair Bolsonaro (PL) neste segundo turno, que é, na verdade, a reta final da campanha. A senadora Simone Tebet, que representou seu partido, o MDB, e a terceira via no primeiro turno, teria sugerido a Lula (PT) o caminho do centro para evitar o aumento da rejeição. Ele manifestou apoio ao ex-presidente na quarta (5).


Lula e Bolsonaro, colagem de fotos de Ricardo Stuckert e site do PL


A orientação não é nova, muito menos estranha. A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), fez o mesmo na bem-sucedida campanha que a levou pela 3ª vez ao comando da cidade (Grande BH). Lá, ela focou em suas realizações dos dois mandatos anteriores, sem se agarrar ao petismo do qual é uma dos fundadores e fiel partidária. A estrela petista e a sigla PT ficaram em segundo plano. Com isso, Lula poderia atrair o voto chamado nem-nem (nem Lula nem Bolsonaro), que caracterizou a terceira via presidencial na votação do dia 2 de outubro passado.


Volta da propaganda com mudanças


A estratégia de Lula que começa a ser exibida nesta sexta (7), no retorno da propaganda eleitoral, seguirá essa linha, mais Lula e menos PT, mais aliados e menos petistas. O primeiro recado de Lula será dado em resposta à pressão da guerra religiosa que tenta pautar a campanha, posicionando-se, com mais clareza, contra o aborto. Vai entrar na pauta de costumes para reduzir rejeição entre evangélicos.


O crescimento de Lula nesta reta final vai tentar deixar a impressão de que o ex-presidente é capaz de representar o grupo político que vai além da esquerda. A ideia é superar o antipetismo.


Dito o desafio de Lula, o de Bolsonaro é mais difícil, que é reverter uma votação de 5 milhões superior à sua. O voto do candidato à reeleição, o incumbente (como dizem os analistas), é dele e do antipetismo. O eleitor de Lula teve dois anos para tomar sua decisão e a tomou. Na votação de primeiro turno, os eleitores todos, entre eles o de Simone Tebet e de Ciro Gomes (PDT), perceberam que a disputa era mesma entre Lula e Bolsonaro. Por isso, anteciparam o segundo turno no primeiro. Nesse cenário que está aí agora, quem era de direita, mesmo com Ciro e Tebet, foi para Bolsonaro; quem era de esquerda lá foi para Lula.




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