Damião antecipa e dá guinada na gestão da PBH
- Orion Teixeira
- há 3 minutos
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Numa avaliação antecipada, como acontece nas disputas políticas e eleitorais futuras, o prefeito de BH, Álvaro Damião (União), faz mudanças no rumo de sua administração. Ao mesmo tempo em que diz que faria continuidade da gestão do eleito, porém falecido, Fuad Noman, Damião tem pressa em dizer que também tem projeto à luz de sua visão de mundo.

Prefeito de BH, Álvaro Damião, foto Abraão Bruck/Ascom PBH
No início da semana, demitiu Paulo Lamac (Rede), um dos principais homens de Fuad, da Secretaria de Relações Institucionais. Lamac esteve o tempo todo, na campanha eleitoral do ano passado, ao lado de Fuad, mesmo quando o prefeito havia perdido dois coordenadores políticos da campanha. O primeiro, Adalclever Lopes, o trocou pelo então favorito nas pesquisas, Mauro Tramonte (Republicanos), que acabou em terceiro lugar. O segundo, Danilo de Castro, deixou a função por razões pessoais.
O excesso de fidelidade política a Fuad custou a cabeça de Lamac. O eleito não queria, por exemplo, entrar na disputa pela presidência da Câmara, mas, o então vice e interino pensava de forma diferente. Igualmente, a esquerda não obteve, até hoje, o reconhecimento na gestão, especialmente depois que defendeu o voto útil na chapa Fuad/Damião no segundo turno do ano passado. Já os rivais diretos e derrotados na campanha, ligados ao PL, estão tendo acolhida mais favorável.
Outro movimento é a ida de Damião para Israel, no dia 7, no momento que o Brasil critica e defende sanções àquele país por conta do genocídio em Gaza. A hora não parece oportuna.
Tudo somado, as sinalizações de Damião mais à direita são feitas a 16 meses das eleições de 2026, das quais ele não terá participação direta e o quadro nem sequer foi definido.
Bonde do tigrinho
Muitos políticos brasileiros assistiram presencialmente à final da Champions League, entre o PSG e a Inter, na Alemanha, no último sábado. Alguns parlamentares federais, por exemplo, viajaram pela cortesia das bets, que, hoje, estão sendo investigadas, via CPI, pelo próprio Congresso Nacional. Outros conseguiram combinar agenda administrativa com o prazer de assistir a um dos maiores espetáculos da terra no campo do futebol mundial.
Cerco e opções de Simões
De novo, vem a pergunta do meio político sobre o futuro partidário do vice-governador Mateus Simões (Novo) na disputa eleitoral de 2016. Fica no Novo ou busca partido com tempo de TV e fundo eleitoral robusto? Na condição futura de governador, terá mais capital político para escolher. Já dissemos aqui que ele esteve negociando com o PSD, o partido de sua preferência por considerar o presidente da legenda, Gilberto Kassab, mais confiável. Outra possibilidade seria o PP, Partido Progressista, que acabou de se federalizar com o União Brasil, uma legenda de ligações perigosas. O “mercado” está ficando restrito. Nesse partido, dizem, Simões está disposto a tudo, até fazer uma espécie de ‘Lulécio” (Lula e Aécio, em 2002 e 2006), uma aliança informal, inaceitável por seu eleitorado e improvável com o presidente Lula (PT). Outros movimentos tentam fechar as portas para seu projeto.
Segurança na cabeça
A viagem de Zema (Novo) a El Salvador confirma que o tema segurança será o principal da próxima campanha eleitoral. Na falta do que mostrar, o governador mineiro foi buscar naquele país algum projeto de excelência na área. Não foi recebido pelo presidente Nayib Bukele, mas deve ter visto que as experiências de lá não cabem no campo democrático e republicano. Se as violações aos direitos humanos não lhe causarem desconforto, é só prender e arrebentar, como dizia o último presidente militar, João Figueiredo.
PT precisa de chacoalhada
Com a primeira-dama Janja atraindo uns e espantando outros, o PT nacional e mineiro buscam seus rumos no próximo mês com a eleição dos novos presidentes estaduais e nacional. Para não acabar como o ex-rival, o PSDB, o PT precisa dar uma chacoalhada. Vai ficar na polarização com o bolsonarismo ou não? O partido está desalinhado, suas correntes não apontam mais os caminhos, e as lideranças estão mais fortes do que o próprio partido.
"Não consigo respirar”
A realização de audiência, na Assembleia Legislativa, levou o Estado a desistir de recorrer da decisão de 1ª Instância que o condenou pela morte de Thainara Vitória Santos, de 18 anos. Ela faleceu no dia 14 de novembro de 2024, durante abordagem abusiva da PM na sua residência, no Bairro Vila dos Montes, em Governador Valadares (Rio Doce). Laudo do Instituto Médico-Legal apontou que a jovem faleceu por asfixia causada por estrangulamento.
Aécio desiste de voltar
Apesar de manter o desejo de voltar ao governo de Minas, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) teria desistido da empreitada diante das dificuldades imagináveis. No momento, ele bate cabeça com a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, nesse processo de federalização de seu partido com o dos tucanos.
Mineração: audiência pública
O projeto de lei da Assembleia Legislativa que proíbe mineroduto em seis municípios vai ser tema de audiência pública. No dia 28 passado, foi aprovado um requerimento para discutir a proibição, que é inédita no Brasil. A deputada estadual Carol Caram (Avante) apresentou o Projeto de Lei 3.402/25, que veda o licenciamento ambiental de minerodutos e outros projetos dutoviários, que envolvam o uso de recursos hídricos em seis municípios mineiros. A Usiminas, Comisa, Morro do Ipê, Grupo AVG, Mineral do Brasil, Minerita e ArcelorMittal já sinalizaram que o texto pode cancelar investimentos de R$ 20 bilhões.
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