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Efeito Coronavírus piora avaliação de Bolsonaro, apontam 2 pesquisas

Para 41% dos brasileiros, o Brasil está piorando, segundo a pesquisa digital feita pela empresa Quaest Consultoria e Pesquisa entre os dias 19 e 23 de março. A medição foi feita por duas vezes em um mesmo mês em função do impacto avassalador da chegada da epidemia do coronavírus. De 3 de março, que era de 38%, até o dia 19, a avaliação do brasileiro foi afetada. Para outros 29% (eram 27%), o país está parado. Outros 26% consideraram que está melhorando; eram 33%.

Em queda: dois institutos apontam perda de avaliação, foto Marcos Corrêa/PR

A piora não foi efeito só do novo vírus e seu poder de destruição, mas há relação direta com a avaliação do governo de Bolsonaro. No mesmo período, a desaprovação dele foi de 47% para 51%, enquanto a aprovação caiu de 52% para 46%. A movimentação negativa de quase 10 pontos percentuais (a soma do aumento da rejeição com a perda de aprovação) foi estimulada pelas posições contraditórias e erráticas do presidente ante a crise sanitária.

Presidente se opõe a governadores Além de ignorar as orientações da Organização Mundial de Saúde e de seu próprio Ministério da Saúde, ele foi contra e brigou com os governadores que tomaram duras decisões contra a epidemia.

Diante de tudo isso, e longe da briga política, o cidadão comum está mais pessimista. Na mesma consulta, 72% dos brasileiros confessaram estar ‘preocupados’ com o futuro do país. Outros 11% se dizem ‘revoltados’; apenas 3% estão entusiasmados; 13% mantiveram o otimismo e 1% está conformado.

Perfil dos entrevistados

Num sentimento de decepção, 41% acham que o governo é pior do que ‘esperavam’; para 38% é do que jeito que esperavam; outros 17% consideraram melhor do que esperavam. O perfil do eleitor mais insatisfeito é jovem (56%), pobre (57%), feminino (56%), do Nordeste (62%) e Norte (54%), com tendência mais à esquerda (89%) e ao centro (59%) do pensamento político.

A amostra contou com 1.000 respondentes de 114 municípios dos 26 Estados e Distrito Federal. Após a coleta, o time de dados da Quaest pós-estraticou os dados usando variáveis como gênero, idade, região, escolaridade e religião. Esse trabalho estatístico, segundo a empresa, é importante para garantir o balanceamento da amostra.

A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%. Foi realizada entre os dias 19 e 23 de março, com eleitores brasileiros com idade acima de 16 anos. A pesquisa é feita por recrutamento digital via convites aleatórios em painel de eleitores (questionário com autopreenchimento).

Identificando opiniões diversas

Na segunda pesquisa, realizada pelo instituto Ideia Big Data entre os dias 24 a 25 de março. De acordo com seus dados, 40% desaprovam o governo Bolsonaro; 28% aprovam e 26% não aprovam nem desaprovam. Em janeiro, respectivamente, esses números eram 34%, 30% e 31%.

A pesquisa da Ideia Big Data buscou identificar opiniões dos entrevistados sobre a realidade brasileira, agravada pela pandemia de Coronavírus.

A pesquisa foi realizada com pessoas de 18 anos ou mais, de todo o Brasil. A amostra é formada por 1.555 entrevistas, ponderadas para ter representatividade por faixa etária, gênero, escolaridade, classe social e regiões brasileiras.

A margem de erro é de 3.15 pontos percentuais para mais ou para menos. As entrevistas foram feitas via telefone celular, sendo que todos os questionários foram checados para verificação de inconsistências.

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