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Ministério da Saúde adverte: Bolsonaro faz mal à saúde pública e aos brasileiros

Sete dias antes das várias manifestações dos brasileiros nesta noite de terça (24), um haitiano sereno já tinha dito: “Acabou, Bolsonaro”, disse ele friamente, sem qualquer exclamação na porta do Palácio do Planalto. Menos inusitada do que verdadeira, a fala de menos de um minuto do haitiano, que não sabemos o nome, expôs uma crua realidade: “Você não é presidente mais”, disse a um perplexo presidente. “Não estou entendendo”, replicou Bolsonaro, mas deu ruim. O haitiano foi cirúrgico, “está entendendo sim, porque estou falando brasileiro”.

Bolsonaro grava pronunciamento (Isac Nóbrega/PR)

E o haitiano tinha razão. Na noite desta terça-feira (24) do “ano da graça de Nosso Senhor”, os brasileiros repetiram o haitiano depois do pronunciamento de Bolsonaro. Foi seu epitáfio. Lembrou-me aquele vídeo do Roberto Alvim, na condição de secretário de Cultura dele. No dia seguinte, já não era mais.

Em rede nacional de TV e rádio, gastando nosso dinheiro público (que os liberais tanto prezam), Bolsonaro ratificou o discurso de que a Covid-19 se trata de uma “gripesinha”. Voltou a dizer que a pandemia está sendo tratada como “histeria” pelos órgãos de imprensa. Ele ainda criticou governos municipais e estaduais por estarem adotando medidas de “terra arrasada”, por fecharem escolas e comércio.

Panelaços ‘guiaram’ o pronunciamento

Durante o pronunciamento, mais uma vez o presidente foi alvo de protestos e panelaços em vários bairros de Belo Horizonte. Bolsonaro demonstrou-se mais preocupado com a economia e afirmou que a vida deve voltar à normalidade. Vai cair no ridículo e na “desobediência generalizada”. Ou seja, ninguém vai ouvi-lo. É como se pedisse, como Collor, para sairmos às ruas de verde e amarelo. Àquela época (1992), o povo do meu país escolheu o preto, porque o preto sempre escancara o protesto nessa terra da injustiça social e do preconceito.

Vamos ver o que disseram os brasileiros. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), se manifestou pelo Twitter, reafirmando o pedido para que as pessoas sigam reclusas. “Vamos ficar em casa! Ficar em casa!!!!!!!”, deixou ele, bem claro.

O pronunciamento mais contundente veio do Senado Federal. De lá, o presidente Davi Alcolumbre (DEM/AP), infectado pelo coronavírus, fez os disparos mortais. Em nota oficial, disse, sem meias-palavras, que o “Brasil precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da população”.

Faltam seriedade e responsabilidade

Além de representar a instituição, ele assina a nota com o vice-presidente do Senado, o mineiro Antonio Anastasia (PSDB-MG). Juntos, dizem que “a nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade”.

A presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), se mostrou perplexa após o pronunciamento. “Adianta comentar?”, respondeu quando procurada.

Já o líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que Bolsonaro superou “todos os limites da irresponsabilidade”.​ “O presidente dobrou a aposta do discurso lunático e colocou em xeque as políticas de isolamento defendidas pelo seu próprio ministro da Saúde”, afirmou o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). “Em vez de propor soluções, preferiu atacar a imprensa, os governadores e fazer piada em rede nacional. Tragédia anunciada”.

Até ex-aliada discute sanidade

Irresponsável e inconsequente também foram os adjetivos escolhidos pela ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), para descrever o presidente. “O Brasil precisa de um líder com sanidade mental. Todas as chances que o PR teve de acertar ele mesmo jogou fora. ERRA E SE ORGULHA DO ERRO ESTÚPIDO”, escreveu em uma rede social.

AMM vê o país sem comando

O presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, disse que o país está sem comando nessa hora em que mais precisava de uma orientação. Vice-presidente da Confederação Nacional dos Municípios e prefeito de Moema (Oeste de Minas), Julvan chamou o presidente à responsabilidade.

“A gente conhece o marinheiro é na hora do temporal. Não podemos deixar o povo morrer. Se é voltar para as aulas e para as ruas, revogue o decreto que o sr. mesmo publicou de calamidade pública. Pra quê que o sr. editou o decreto se é só uma gripezinha. O sr. está fugindo à luta”, apontou Julvan, considerando a atitude do presidente “irresponsável e inconsequente”.

Julvan disse que falava em nome dos prefeitos mineiros, que estão na linha de frente, seguindo orientações de técnicos, de pessoas estudiosas que conhecem e falam com segurança. “Não são aventureiros que usam discurso e cargo tão importante para desvirtuar o Brasil”, desabafou o presidente da AMM.

Será que Mandetta fica?

Outros tantos falaram, menos aquele que adverte. Como os outros brasileiros, o Ministério da Saúde foi cirúrgico. Preferiu não comentar. Vamos considerar que foi uma posição digna, porque, para Bolsonaro, ele teria que dizer: “O presidente está certo”. E isso, oficialmente, não disse o ministro Luiz Mandetta. Vai dar mais confusão.

PS - Está na hora de descobrir o paradeiro do haitiano para perguntar-lhe, por ora, seu nome. Muitos vereadores vão querer indicá-lo para cidadão honorário.

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