Com Fiemg, Zema ganha apoio de peso para ajuste fiscal e venda de estatais
A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) anunciou, nesta terça (22), apoio ao Plano de Recuperação Fiscal do governo Zema (Novo). Mais do que isso, a federação lançou campanha publicitária pela aprovação da proposta na Assembleia Legislativa. “Lançamos hoje a campanha ‘Recuperação Fiscal’, em apoio ao pedido enviado à Assembleia pelo Executivo. Estamos trabalhando em busca da aprovação com nossos deputados estaduais. Convido todos a fazerem o mesmo”, disse o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, a empresários presentes.
“Problema estava debaixo do tapete"
A manifestação foi feita ao lado do governador Romeu Zema (Novo) durante a abertura da 25º edição do Minas Trend, no Expominas, em BH. Segundo o dirigente, não existe outra solução: “se Minas não reduzir o tamanho do Estado, teríamos uma situação de caos”, pontuou ele.
Roscoe ainda agradeceu ao governador Romeu Zema (Novo) pelos projetos. “Pela coragem de enfrentar o problema que foi jogado para debaixo do tapete em gestões anteriores”, disse, referindo-se aos governos tucano e petista. “Pode contar com o setor produtivo nesse trabalho. Após aprovado, a segunda parte do plano é com a gente, que é a do crescimento econômico”, reforçou.
Campanha busca apoio popular e legislativo
Ainda no evento, Flávio Roscoe apresentou detalhes da campanha publicitária que será feita pela Fiemg para buscar apoio popular e legislativo ao projeto de Zema. Nas peças apresentadas, a Fiemg apresenta cenário de caos na educação, saúde e segurança do estado.
Por sua vez, o governador reafirmou seu entendimento sobre a importância da aprovação do Plano de Recuperação Fiscal. “Não temos de aumentar impostos, temos que reduzir as despesas do Estado. E, para isso, precisamos entrar para o Regime de Recuperação Fiscal. Esse será o primeiro passo de muitos outros projetos que ainda serão enviados ao Parlamento”, afirmou.
Dois projetos com esse objetivo foram enviados por Zema à Assembleia Legislativa no dia 9 passado. O primeiro, pede autorização para aderir ao programa federal de ajuste fiscal. O segundo, privatiza a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig).
Dividendos da Codemig para pagar servidor e prefeitos
Um terceiro projeto, não ligado à recuperação fiscal, antecipa dividendos da Codemig dos próximos 12 anos. O objetivo desse é arrecadar até R$ 6 bilhões para pagar o 13º salário deste ano aos servidores e extinguir o parcelamento dos salários deles. E mais, parte do recurso, será usado para iniciar o pagamento de 33 parcelas da dívida do estado com os municípios, no valor de R$ 7 bilhões.
“O futuro de Minas está nas mãos dos deputados”, disse o governador ao vincular a aprovação dos projetos ao ajuste das contas públicas. De acordo com ele, sem a aprovação da antecipação dos dividendos da Codemig, também não poderá pagar o 13º salário nem pagar aos prefeitos.
Governador diz que venda da Codemig pode esperar
“Estamos contando com esses recebíveis. Lembrando que eles também serão parte da solução para as prefeituras. O estado ficou devendo às prefeituras repasses nos últimos anos, que é de direito dos prefeitos. Essa operação viria a melhorar muito a vida do funcionalismo e de todo o estado, porque a prefeituras terão mais capacidade de investir”, afirmou Zema, admitindo que a privatização da Codemig pode até ficar para o início do ano que vem. Já a operação financeira do nióbio, segundo ele, não pode esperar.
Zema participa da abertura do Minas Trend, no Expominas, foto Marco Evangelista/ImprensaMG