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Novo abre 1ª crise ao decidir ter candidatos só em 4 cidades e vetar nas outras

O Partido Novo comunicou que terá candidatos a prefeito só em quatro cidades mineiras: Araxá, Belo Horizonte, Contagem e Poços de Caldas. A decisão foi comunicada em nota oficial a filiados e apoiadores após encerrar o que chamou de processo seletivo para a eleição. De acordo com a nota, Juiz de Fora poderá lançar candidatos apenas a vereador, na condição de ‘cidade aposta’. O documento é assinado pelo presidente do diretório estadual, Ronnie Peterson Baia Antunes.

Zema é poupado das críticas de filiados, mas Amôedo é acusado de centralismo, reprodução site do Partido Novo

A medida abriu a primeira crise no partido do governador Romeu Zema e poderá provocar desfiliações no interior mineiro. Dois dias depois, no dia 23 passado, filiados de algumas cidades manifestaram insatisfação. Os de Montes Claros, por exemplo, divulgaram nota na qual acusam o diretório nacional de adotar decisões “absolutamente desastrosas”. “…centralizaram a tomada de decisões cruciais nas mãos de meia dúzia de indivíduos, sem conhecer infimamente as realidades regionais”, acusam.

Regras dificultam candidaturas

A maior fonte de controvérsia foram as regras estabelecidas para que o Novo tenha candidaturas neste ano. São três, que o município tenha mais de 300 mil habitantes, mais de 150 filiados e obtenha doações acima de R$ 60 mil como fundo eleitoral. Aprovaram também a escolha de ‘cidade aposta’, como é o caso de Juiz de Fora.

Os montes-clarenses garantem ter cumprido as regras, mas ainda assim foram barrados. “Talvez, a mais insensata dessas regras, o Novo estabeleceu candidaturas em cidades com mais de 300 mil habitantes… Isso foi a pá de cal no desejo de renovação que nós mesmos ajudamos a disseminar”, criticaram.

Montes-clarenses se rebelam com decisão

Maior cidade do Norte, Montes Claros tem mais de 400 mil habitantes e 152 filiados ao Novo, mas foi desclassificada pelo diretório nacional. “A imensa alegria (de conquistar os filiados) foi proporcional à abissal decepção com a desqualificação. Isso foi injustiça”, acentuou a nota. Após várias tentativas, encontraram um “diretório nacional mudo, cego e surdo” aos seus apelos.

Medida pode provocar desfiliações no Novo

De acordo com a nota, os filiados locais, descrentes, começaram a abandonar a legenda. As reações, disseram, foram as mesmas em Taiobeiras, Janaúba, Uberaba e Uberlândia, entre outros, e várias cidades brasileiras. “Manifestamos aqui, publicamente, que somos de hoje em diante oposição à atual cúpula do partido”, advertiu a nota.

“O que é preciso frisar é que o Novo não é o seu lamentável diretório nacional, não é João Amôedo (presidente nacional)”. A nota montes-clarense ainda conclama aos que ficarem no partido a lutar contra o “despotismo” do diretório nacional.

Disputa em Belo Horizonte

Nos quatro municípios aprovados, também foram aprovadas cinco candidaturas. Em Belo Horizonte, irão disputar a vaga o vereador Mateus Simões e o presidente da Prodemge (empresa de tecnologia da informação do Governo de Minas), Rodrigo Paiva. Em Contagem, o selecionado foi o empresário Márcio Bernardino.

Em Poços de Caldas, o aprovado é o coronel Frederico e, em Araxá, terra do governador, o escolhido é o empresário Emilio Neumann. “Gostaria que o processo fosse mais rápido internamente”, disse o vereador Mateus Simões. Ele admitiu que a definição entre ele e Paiva poderá ser feita por prévias partidárias.

No país, o Novo abriu o processo seletivo para prefeituras em 68 municípios. Nas eleições municipais de 2016, foram abertos processos apenas em 5 capitais.

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