Zema quer apoio de Bolsonaro em 2022 mesmo com risco à democracia
Volta e meia, o governador Romeu Zema (Novo) sinaliza, indiretamente, que pretende reeditar a aliança com o presidente Bolsonaro nas eleições 2022. No ano que vem, os dois vão tentar a reeleição. Toda a vez que surgiu bola dividida para sua relação com Bolsonaro, o govenador sempre ficou em cima do muro, quando não desqualificou a ação dos políticos que digladiam com o presidente.
Nessa última, quando ignorou manifesto de governadores em apoio ao Supremo Tribunal Federal e às eleições e que, ao final, é crítico a Bolsonaro, Zema disse que não se meteria em intrigas. “Não me envolvo com intrigas palacianas”, reagiu Zema, pondo os ministros do STF no mesmo balaio de gatos escaldados da política menor.
Bolsonaro e Zema são candidatos à reeleição e devem se manter aliados na campanha, foto Isac Nobrega/ABR
Zema não é um democrata no sentido pleno da convicção, mas também não é um antidemocrata, mas, ao se aliar a um deles, como Bolsonaro, fica igual. Não se importa de ser chamado de omisso, como foi nessa terça (17), pelo presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV). Pelas redes sociais, Agostinho criticou o posicionamento de Zema ou a falta dele. “Quem não se posiciona a favor da democracia e da independência entre Poderes, escolhe o lado contrário. A sociedade mineira assumiu, em toda a sua história, a defesa da liberdade e da soberania popular. E essa soberania apenas se dá quando há respeito entre as competências”, escreveu Agostinho, sem citar nomes, um dia depois de Zema assim ter agido.
Risco de incentivar o retrocesso
Com discurso marqueteiramente popularesco, o governador diz que está mais preocupado com “comida no prato e vacina no braço” e que deseja distância das intrigas palacianas. Só que as tais intrigas palacianas têm como pano de fundo a democracia do país. Se ele fortalece o lado mau da política, contribui para que o retrocesso se acentue. Como empresário, Zema é pragmático; como pragmático, quer se reeleger pelo custo que lhe é possível. Corre o risco, como todo o país, de nem haver eleições, conforme as ameaças bolsonaristas.
Pelo pragmatismo de Zema, o que ele planeja é manter-se aliado de Bolsonaro apostando na opção mais viável pra ele e próxima de seu campo. A outra ponta da polarização tem, hoje, o petista Lula da Silva, que representa o horror do empresariado ultraliberal focado nos negócios em 1º plano, do qual Zema é integrante.
Dizem que o governador não gosta de política muito menos dos políticos, mas ele entende muito bem do vale-tudo da atividade como já provou na eleição passada. Passou por cima de convicções, coerência e fidelidade partidária ao usar a TV para pedir votos para Bolsonaro, quando seu partido, que se diz Novo, tinha candidato próprio.
Brant fica perto do muro
Ao escolher voltar ao PSDB, partido aliado do governo Zema, o vice-governador Paulo Brant fez muito barulho por nada. Um ano e meio depois de romper com o Novo, partido pelo qual se elegeu, Brant tucanou depois de avaliar seus caminhos e futuros. Disse que só manterá a aliança com Zema, de quem se diz amigo, se o governador ficar distante dos extremos que se apresentam hoje na política. Deixou claro que rejeita Bolsonaro assim como Lula (PT). Pela aliança que mantém com Zema e pelo partido que escolheu, vai acabar caindo nos braços de Bolsonaro sob o argumento “dos males, o menor”.
Pacheco avalia suas chances
Lançado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, à Presidência da República, o senador mineiro Rodrigo Pacheco (DEM), demonstra serenidade ante o assédio da mosca azul. Pelo menos, aparentemente. Ainda assim, andou auscultando especialistas mineiros sobre suas reais chances e como deveria agir caso o cavalo arriado passe, ou o faça passar, diante de si. Até lá, Pacheco vai gerenciando a crise entre poderes no posto de presidente do Senado.
Boa Esperança foca o turismo
Boa Esperança (Sul) será anfitriã do primeiro “AMM nos Municípios – AMM e Sebrae: juntos pelo desenvolvimento das cidades”, no próximo dia 20 de agosto. O evento seguirá, rigorosamente, todos os protocolos sanitários da onda verde em que se encontra a região. A nova fase do projeto Desenvolve Minas Gerais, parceria entre a AMM e o Sebrae, debaterá o desenvolvimento das cidades nas dez macrorregiões do estado. O foco deste primeiro encontro será o fomento do turismo.
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