Se Kalil se reeleger domingo, Zema terá que colocar as barbas de molho já
Na clássica pergunta de quem sai ganhando ou perdendo nas eleições de domingo (15), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) sai em vantagem sobre os rivais. Não só os de agora, mas o de 2022 também. Um deles é o governador Romeu Zema (Novo), que deverá tentar a reeleição daqui a dois anos.
Reeleito, Kalil exibiria força política e perspectiva de poder, ou seja, mudando e deslocando o eixo político. Ficará entre a Cidade Administrativa e a Avenida Afonso Pena, 1.212, centro de BH, onde funciona a sede da Prefeitura. A partir de janeiro de 2021, com a reeleição do prefeito, Zema passa a ter concorrência direta.
Kalil e Zema têm avaliações diferentes, fotos Divulgação e Imprensa MG/Pedro Gontijo
As pesquisas estão aí e já sinalizam tendências. Kalil tem mais de 60% de aprovação da gestão e da candidatura. Os dados são do Ibope (MG-04440/2020, dos dias 7 a 9 de novembro). Na mesma sondagem, realizada na capital mineira, Zema aparece com 33% de aprovação e Bolsonaro, 32%. A experiência mostra que governante com apenas 30% de aprovação tende a ter dificuldades de reeleição.
Ponto fraco do prefeito
O prefeito avaliou pontos fracos de seu perfil e gestão nas mesmas pesquisas, e descobriu que os belo-horizontinos gostaram de saber que ele poderá deixar o cargo para disputar o Governo de Minas. A eleição acontece em 2022.
Na mesma sondagem, o prefeito confirmou que sua aliança com os tucanos próximos do ex-governador Aécio Neves, que se envolveu em denúncias de corrução, poderia tirar-lhe votos. Chegou a se preparar até para as críticas, mas não vieram nem da direita ou esquerda.
Improviso na comunicação
Zema, de sua parte, continua fazendo experiências na comunicação. Um dos poucos governadores a aderir à rede social Tik Tok, ele mostra mais a si do que suas realizações. Qual será a entrega de Zema, que, até agora, não apareceu, nem irá, no terceiro ano de gestão que se aproxima?
Se o projeto dele e de seu partido, o Novo, é baseado em privatizações, terá mais dificuldades de fazê-las a partir de agora. Primeiro, porque os deputados estaduais são candidatos à reeleição e não vão querer entrar em bola dividida, como a venda de estatais. De outra visão, a partir de janeiro, poderão identificar o crescimento da alternativa Kalil.
Pacote de maldades chegará atrasado
Ou seja, Zema perdeu o timing, pois medidas polêmicas e negativas, o chamado pacote de maldades, devem ser implementas no início do mandato. A ideia é sobrar tempo para a recuperação da aprovação. A nova situação complica o quadro político ao governador, que, até o momento, não tinha obtido sucesso na relação com a Assembleia Legislativa.
Nove entre dez políticos dizem que, se for reeleito, como indicam as pesquisas, o prefeito de BH deverá deixar o cargo 16 meses depois que assumir. Em seu lugar, deverá ficar no cargo, por dois anos e oito meses, seu vice, Fuad Noman (PSD). O projeto de Kalil é, uma vez consumada a reeleição, pavimentar a candidatura a governador em 2022. Daí, como se vê, os quase ocultos candidatos a vice ganham importância capital.
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