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Sangramento de Kalil pode até inviabilizar sua candidatura a governador

A soma de forças da oposição e a inabilidade do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), agravaram a situação política dele, deixando-o em sérios apuros na Câmara Municipal. Os riscos vão desde a inviabilização da possível candidatura dele a governador até o impeachment, como açodadamente clamam os opositores. Depois de um primeiro mandato estável e de uma reeleição incontestável, Kalil está hoje dominado por alguns vereadores e um deputado federal.

Kalil está dominado por alguns vereadores e pelo deputado federal Marcelo Aro (PP), foto Amira Hissa/Ascom/PBH


O tiro que fez o prefeito sangrar foi dado pelo fogo amigo, seu ex-chefe de gabinete, Alberto Lage, que exibiu conversa gravada de Kalil em inaceitáveis ligações. Nebulosa, as revelações vão requerer apurações e explicações antes de chegarem às vias de fato do impeachment.


Ligações perigosas


Pela gravação, ouve-se Kalil dizer que o advogado que assiste o ex-presidente da BHTrans é pago por empresas de ônibus, estabelecendo nexo ilegal e de improbidade administrativa. E mais, viu-se depois que esse defensor foi nomeado pelo prefeito para integrar o Conselho de Ética, o mesmo que, após essa mudança, absolveu o secretário Adalclever Lopes. Secretário para a articulação política com a Câmara, Lopes é acusado de tentar interferir na CPI da BHTrans em defesa de empresários do transporte coletivo.


Ou seja, se a CPI da BHTrans investigava malfeitos e casos de corrupção de gestões anteriores, com os dois casos acima, Kalil enfiou-se para dentro da caixa preta. Pode até dar, lá na frente, em impeachment, mas, como disse a presidente da casa, Nely Aquino, esse julgamento só aconteceria depois de concluída a investigação da CPI da BHTrans. Aberta pela CPI, essa caixa preta vaza seguidamente inúmeras irregularidades.


Aliados estudam alternativas


Adalclever ainda não se deu conta do estrago que está fazendo ao prefeito e o futuro político dele. Em vez de agir, Kalil poupa o secretário e, em vez de fazer política, esperneia e vai errando e sangrando. Pode até salvar o mandato 2 na prefeitura, mas caminha fortemente para inviabilizar sua candidatura a governador no ano que vem.


Tem gente dentro do partido que já pensa em alternativa ao nome dele na disputa para governador. Favorecendo essa avaliação, o prefeito não criou estrutura para sua candidatura no interior mineiro. Atribuem a falha ao secretário Adalclever Lopes (MDB), que não fez o dever de casa muito mais por ter visão política ultrapassada do que pela incapacidade.


Além de o ambiente não lhe ser favorável, Kalil joga gasolina na fervura sempre que pode. Quando perdeu a votação para investimentos em obra contra enchentes em Venda Nova (Norte), fechou as portas da prefeitura para alguns vereadores. Não é uma medida republicana nem democrática, que pressupõe o respeito aos membros de outro poder, no caso, o Legislativo.


Pacheco poderia mudar o quadro


Na semana em que seu partido, o PSD, comemora a filiação, na quarta (27), do senador mineiro Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, vive também o drama da situação de Kalil. Junto da filiação, Pacheco será lançado a presidente. A situação do prefeito de BH, no entanto, poderá levar o partido a repensar e buscar em Pacheco a alternativa para o Governo de Minas.


Tudo somado, o contexto político e eleitoral desfavorece o prefeito da capital. Depois do controle político na gestão passada, ele está perdendo até a própria base, que, agora, faz corpo mole para as coisas dele. Já a oposição cresce estimulada por interesses políticos externos.


Há uma combinação ali de vereadores do partido do governador Romeu Zema (Novo), com os bolsonaristas e antigos aliados de Kalil. Juntos, fazem número para convocar CPI e querem chegar a 21, o número da abertura do impeachment. Estão convencidos de que a hora deles está chegando. Se tirarem o prefeito da disputa eleitoral, já se darão por satisfeitos.


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