Medo de abstenção recorde, na pandemia, marca início da campanha eleitoral
O início morno da disputa eleitoral em BH confirmou que os candidatos terão que fazer mais do que campanha para divulgar a si e suas propostas e ideias. O esforço a mais virá na defesa da democracia e da importância de o eleitor ir às urnas para escolher os seus representantes.
A pandemia é um forte obstáculo e oferece riscos a essa participação, mas não é só isso. A abstenção tem crescido ao longo do tempo e das eleições em função da insatisfação do eleitor, do distanciamento social e político dos representantes ante seus representados.
Desafio dos candidatos será levar o eleitor a se reencontrar com a urna, foto site CNJ
Se consideradas as últimas eleições presidenciais, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, em 2010, a abstenção foi de 18,1%. Em 2014, representou 19,39% do eleitorado, algo em torno de 27 milhões de brasileiros. Em 2018, o número foi recorde: 21,3% dos brasileiros não escolheram um candidato a presidente da República, ou 31 milhões de pessoas. Na primeira eleição presidencial, após a redemocratização do país, em 1989, a abstenção, segundo dados da Justiça Eleitoral, chegou a 12 milhões, ou 14,4% do eleitorado.
Trabalho será dobrado para candidatos
Diante disso, os candidatos e seus marqueteiros terão trabalhado dobrado para convencer as pessoas a saírem de casa para votar. Nessa dupla campanha, eles terão um forte aliado que são as redes sociais. Se elas ganharam muita importância na última eleição, agora, com a pandemia, deverão ser o grande influenciador. A campanha nas maiores cidades deverá ser com o uso massivo da internet.
A insegurança com relação à pandemia é grande no eleitorado. De acordo com o instituto paulista, o Datafolha, 34% não se sentem nada seguros para votar em 15 de novembro. Outros 42% consideram que terão alguma segurança. Apenas 24% se declararam muito seguros para votar. Daí, a necessidade de convencer o eleitor a, além de optar pela sua proposta, e sair de casa para votar no dia 15 de novembro.
Um meio de mobilizar o eleitor é com o esquentamento da campanha. Se não empolgar o eleitor, a abstenção poderá confirmar a tendência de bater o recorde.
Kalil foi alvo de ataques
No primeiro dia (domingo, 27) de campanha, pouca coisa chamou a atenção do eleitor. O que se viu foram os outros candidatos escolhendo o prefeito Alexandre Kalil (PSD) como saco de pancadas. Muito do que se ouviu foram críticas genéricas sobre estilo e modelo, mas ninguém apresentou propostas para enfrentar a pandemia de forma diferente.
Faltou consistência nos primeiros discursos. E se é verdade que as redes sociais serão grandes influenciadoras, os candidatos precisam reagir também. De acordo com pesquisa do instituto belo-horizontino Quaest, Kalil é também o candidato mais conhecido digitalmente dentre os 15 que vão disputar. Em uma escala de 0 a 100, Kalil apresenta um desempenho de 80,11 em sua popularidade digital.
O segundo colocado, Bruno Engler (PRTB) tem 45,15. Os dados compõem o ranking de Índice de Popularidade Digital (IPD) dos candidatos. O IPD é uma ferramenta que mede, a partir da análise de seis plataformas digitais (Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google), o desempenho digital de personalidades e marcas.
Debate da Band esquenta disputa
Por falar em esquentar a campanha, acontece, na próxima quinta (1) o primeiro confronto entre os candidatos no debate da TV Band Minas. O evento marca o início da campanha eleitoral. Dos quinze candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, onze foram convidados para o debate. Desses, todos confirmaram presença à exceção de Kalil. Sua assessoria comunicou que ele não irá participar.
No primeiro bloco, todos os candidatos responderão à mesma pergunta. No segundo, terceiro e quarto blocos, os candidatos vão poder fazer perguntas a outros candidatos (tanto o candidato que pergunta, quanto o que responde serão sorteados). O quinto e último bloco será destinado às considerações finais.
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