Líder de Zema avisa que não o seguirá em caso de apoio a Bolsonaro
“Não conte comigo”, foi o que disse o líder do governo Zema na Assembleia, Gustavo Valadares (PSDB), caso o governador decida apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) no final do ano. A declaração foi feita ao próprio Zema e repetida pelo tucano na entrevista que concedeu ao programa Entrevista Coletiva, da TV Band no sábado (5).
“Quero distância do Bolsonaro”, reafirmou Valadares, adiantando que ele e seu partido estarão juntos pela reeleição do governador até numa posição de destaque. Avaliam indicar o vice-governador ou senador na chapa de Zema. Hoje, o vice-governador, Paulo Brant, que foi eleito pelo Novo, está refiliado ao PSDB.
Gustavo Valadares concede entrevista aos jornalistas Lucas Catta Preta, Murilo Rocha e Orion Teixeira, na TV Band, foto Paula Xavier/TV Band
Por outro lado, Valadares contou que, nessas conversas com Zema, e até nas últimas declarações dele, tem percebido que o governador adotou distanciamento do bolsonarismo. Diante disso, disse acreditar que Zema não estará junto de Bolsonaro novamente.
Polarização
Pode ser, a política tem lá suas contradições e surpresas e uma delas poderá até ser que o líder de Zema venha a apoiar o petista Lula caso a polarização se confirme com Bolsonaro no 2º turno. Nesse caso, é bem provável que Zema, por suas relação e convicções, fique com Bolsonaro, enquanto seu líder vá de Lula.
Não se pode dizer o mesmo do PSDB mineiro e o nacional, que não têm nenhuma afinidade com o PT, ao contrário. Podem ficar no muro ou fingir que não perceberam que aderiram a Bolsonaro.
Assista à entrevista na íntegra
Turbulências na Assembleia
Ainda na entrevista, Valadares previu que, neste ano, deverá haver mais turbulências políticas, na Assembleia Legislativa, na relação governo e deputados. Por duas razões, pelo fato de ser o último ano de gestão e pela disputa eleitoral que se aproxima.
Sobre o projeto de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, prioridade de Zema, o líder do governo avaliou que não há outra saída. E mais, que o governador agiu certo ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Assembleia para ver seu projeto votado. Por conta disso, a Assembleia Legislativa recorreu ao mesmo STF pedindo para ser ouvida antes de uma decisão liminar.
STF garante direito da Assembleia
Na sexta passada (4), o ministro Nunes Marques atendeu ao pedido da Assembleia e lhe garantiu o direito de se manifestar sobre o projeto de Zema no processo no Supremo. Deu prazo de cinco dias para isso, ou seja até a próxima sexta. Sendo assim, poderá haver, a partir da próxima segunda-feira, uma decisão sobre o futuro do projeto que pretende fazer a adesão de Minas a esse regime de aperto fiscal.
Em todo o país, só o Rio de Janeiro aderiu uma vez e, como não deu certo, está fazendo de novo, mas teve o plano fiscal apresentado reprovado pelo Ministério da Economia. A reprovação manifestada pelos técnicos ficou por conta de reajuste salarial que o governo de lá concedeu aos servidores.
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