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Como pré-candidato, Zema volta ao palanque com ataque a deputados

A um ano e oito meses do fim de seu mandato, o governador Romeu Zema (Novo) sinaliza ter desistido da atual gestão e começa a falar a seu eleitorado na busca por mais quatro anos. Após ataque a deputados estaduais pelo qual os chamou, genericamente, de “mercenários” e que “uns só pensam no que irão ganhar”, o governador fingiu que nada fez demais. Tanto é que ele nem se manifestou, mas sua assessoria divulgou nota passando pano no estrago.


“Na frase em questão, citava essa necessidade de forma geral na área pública, sem se referir a nenhum poder especificamente. Qualquer interpretação em sentido contrário está fora de contexto”, justificou o Núcleo de Atendimento à Imprensa.

Zema faz corpo-a-corpo com eleitores em Janaúba (Norte), foto Gil Leonardi/Imprensa MG


“O governador reitera o importante papel desempenhado pela Assembleia Legislativa, baseado no diálogo e no objetivo maior compartilhado entre os Poderes: melhorar a vida do nosso povo. Para isso, defende a legitimidade de cada um dos nossos deputados, extremamente aptos a debater e aprimorar os projetos que tramitam na ALMG, sempre de maneira a fortalecer a democracia. Essa parceria e respeito mútuos têm rendido bons frutos a Minas, como a aprovação da Reforma da Previdência”, ainda diz a nota.


Vacina contra eventual insucesso


Na avaliação de alguns deputados, Zema optou por manter o discurso da ‘nova política’ contra o que chama de ‘velha política’ para ter discurso e culpados por eventual insucesso na gestão. As declarações abriram nova crise no momento em que o governo buscava apoio para aprovação de seus projetos prioritários. Um deles é a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, do governo federal, para forçar privatizações de estatais e cortes de direitos de servidores.


Algumas reações de deputados


Confira algumas das reações manifestadas por deputados contra as declarações do governador, que provocou estragos na relação do Executivo com o Legislativo.


“O Poder Legislativo, através dos seus deputados e deputadas, devem responder à altura a fala desse cidadão”.


“Não é a primeira vez que ouvimos esses desaforos desse governador”.


“Ninguém tem sangue de barata!”


“O governador vai se retratar publicamente. Será?”


“Olho furado não tem remendo”.


“Cabe interpelação judicial”.


“Nunca pedi nada para ele. Nem cargo, muito menos dinheiro”.


“Ele tem que dar nomes”.


“Quando ele se dirige dessa forma generalizada à Assembleia, coloca mais uma vez a classe política em xeque, retoma o discurso de campanha de negação da política e de desmoralização da mesma”.


“Gostaria que o governador nominasse os mercenários, que ele tivesse a coragem de dizer quem age dessa forma na vida pública”.



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