Zema diz que usará até de violência, se preciso, para impedir invasões
Se o governo federal, de Jair Bolsonaro (PSL), propõe salvo-conduto para proprietários rurais atirarem em quem invadir suas terras, o governo Romeu Zema (Novo) admite recorrer até a violência, “em caso de extrema necessidade”, para defender a propriedade privada. O governador mineiro se orgulha em dizer que está alinhado em 90% das iniciativas do governo Bolsonaro. “Com relação a invasões, a postura da PM (Polícia Militar) será de tolher, sem violência. Vamos agir na origem, porque toda invasão começa pequena. Se houver 10 pessoas, vamos levá-los para depor na delegacia. Qualquer pessoa que invadir uma propriedade privada está ferindo a lei. Não faremos uso de violência, exceto em caso de extrema necessidade”, avisou ele, por iniciativa própria, durante o segundo encontro que teve com a imprensa (o primeiro foi com os donos de empresas de comunicação) após 120 dias de governo. Avaliou que a medida representa mudança de postura em relação ao antecessor.
Zema não esclareceu se o uso da violência admitirá o recurso às armas, mas que a polícia estará preparada. “Vamos dar segurança em que investe, partindo do princípio da legalidade. Não tivemos, nesses quatro meses, nenhuma invasão, o que traz segurança para quem está trabalhando”. O mesmo tratamento e rigor serão dados às manifestações de rua. “Aqueles que provocarem transtornos, fizerem pessoas perder voos, impedindo o direito de ir e vir, como já aconteceu aqui (na Linha Verde) vão ter responder na justiça pelo ato. Queremos resgatar o estado de direito que ficou esquecido no último governo, quando movimento, mesmo popular mas que era ilegal, tornava-se legal só por ser popular. Se existem leis, vamos respeitar as leis. É a grande diferença que estamos fazendo. Não sou contra a manifestação, mas a desordem; sou contrário a impedir o direito de ir e vir”. Veja mais o que disse Zema e suas constantes comparações com a gestão passada.
FOTO GIL LEONARDI/IMPRENSA MG: Zema conversas com jornalistas no segundo encontro com a imprensa