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Crise e falta de diálogo fazem dos 100 dias quase 1 estágio probatório; dê sua nota

Os tais 100 dias de governo foram o assunto desta semana, confirmando que a marca vai perdendo sentido objetivo cada vez mais. Tem efeito mais político do que administrativo, e fica parecendo aquela fase de estágio probatório. Normalmente, é um período de lua de mel dos governos com a população e muitos deles só se revelam, mais tarde, para frustração do cidadão. Não dá para cobrar muito de governos com apenas 100 dias, especialmente no contexto e realidade de hoje.

O governo de Minas, por exemplo, herdou uma herança terrível na área econômica, com um déficit oficial de R$11 bilhões, do governo petista de Fernando Pimentel, sem incluir outros passivos e pendências. E mais, teve a situação agravada pela tragédia humana, ambiental e econômica de Brumadinho (Grande BH), onde cerca de 300 pessoas foram mortas, o município foi devastado ambiental e economicamente, com reflexos também graves para o estado que fazia da mineração, e ainda faz, a base principal de sua economia. Com a mineração, Minas é terceiro ou quarto no ranking nacional de arrecadação; sem ela, cai para depois do 15º.

Lições podem ou não ser aproveitadas

No plano nacional, Bolsonaro fez esforço para dizer que cumpriu em 100% das metas para o período, mas ficou mais no slogan de “100% pelo Brasil” do que no real cumprimento de muitas das metas que ficaram no campo das promessas, ou ainda estão sendo encaminhadas. Como a da autonomia do Banco Central, o projeto está sendo enviado ao Congresso para apreciar e aprovar.

O 13º do Bolsa Família é novidade, mas vem sem o reajuste do benefício; ou melhor, o governo trocou o reajuste do benefício por mais uma parcela do benefício. A medida poderá ter efeitos positivos no Nordeste, onde o presidente perdeu a eleição e ainda continua com baixa popularidade.

Algumas promessas foram cumpridas, como a polêmica e perigosa facilitação no acesso a armas, outras dependem do Congresso Nacional, onde a relação ainda não está azeitada. As medidas, por enquanto, não irão estancar a queda de popularidade, ou revertê-la, mas é claro que há tempo para os governos tirarem as lições do período e buscar melhores resultados, deixando de lado o clima de campanha para se concentrarem no desafio do governo e de ser governo.

As dificuldades de Zema

A situação do governador mineiro, na área política, continua sendo seu principal desafio para vencer outro ainda maior, que a recuperação e estabilização da economia. Depende de vários fatores, mas ele ainda não entendeu que sem o apoio de uma maioria na política, instalada na Assembleia Legislativa, não poderá avançar. Nem adianta cobrar dos deputados ou usar as redes sociais. Quem tem voto são os 77 deputados estaduais que terão que apreciar, ajustar e aprovar os projetos da chamada recuperação fiscal.

Em vez disso, Zema faz acordos de quitação de dívidas bilionárias como a de R$ 7 bilhões dos R$ 13 bilhões devidos aos municípios e diz que falta só a aprovação da Assembleia, mas não conversou com ela sobre isso. Anuncia no exterior que irá privatizar a Cemig para agradar investidores estrangeiros, e igualmente não discutiu o assunto com os deputados.

Como se sabe, além da aprovação dos deputados, a venda da Cemig depende de aprovação popular em plebiscito, a não ser que o governador envie proposta de mudança à Constituição estadual para eliminar essa trava; ainda assim, depende de aprovação da Assembleia.

O governo quer também congelar os salários dos servidores públicos e aumentar a contribuição previdenciária deles: são medidas amargas e impopulares, mas que só viram realidade se houver aprovação do Legislativo.

Precisa desenhar?

Num recado claro e explícito à falta de diálogo, o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), foi ao Rio de Janeiro conhecer os efeitos do projeto de recuperação fiscal implantado lá, aliás, foi o único estado que aprovou e fez a renegociação de sua dívida junto à União. Os resultados pareceram desastrosos aos olhos do presidente da Assembleia. Ele foi recebido pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), mas não há notícia de que, por aqui, o governador mineiro tenha convidado ou recebido Patrus para uma conversa de mesmos nível e pauta.

FOTO ANTONIO CRUZ: Bolsonaro nos seus 100 dias

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