Novo pode ir do monitoramento à expulsão de Zema
Mais de um político viu na intenção do partido Novo de monitorar as ações de seu único governador, Romeu Zema, como um processo de ajuste que pode levá-lo ao enquadramento ou, na pior das hipóteses, à expulsão da legenda.
A direção nacional do Novo estuda acionar o Departamento de Apoio ao Mandatário, órgão previsto no estatuto partidário, para monitorar as ações do governo de Minas Gerais. Os dirigentes nacionais temem que os efeitos da gestão de Zema afetem o futuro da imagem do partido,
O que mais incomodou a direção nacional foi a derrapada ou manifesta “infidelidade”, durante a campanha eleitoral, quando, na primeira oportunidade que teve, Zema pediu votos para o então candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSL) e o para o candidato do próprio partido, João Amoêdo. Já no governo, fez aliança com o PSDB do deputado federal Aécio Neves, contrariando aliados e eleitores, já que, durante a campanha, ele chamava PT e PSDB de “a velha política”, derrotando a ambos por isso.
Além de tucanos, o governador manteve o secretário de Meio Ambiente da gestão petista de Fernando Pimentel, Germano Vieira. Com a tragédia de Brumadinho, com cerda de 300 ou mais pessoas mortas, danos materiais e ambientais irreparáveis, a permanência dele no cargo ficou insustentável. Como Germano, Zema manteve, ou deixou de demitir, a maioria absoluta do comando das estatais do governo passado. A pressão do Novo tende a aumentar para abrigar aliados em vez de rivais.
Apesar de ser o único governador do Novo, em sua primeira experiência administrativa, o presidente nacional da legenda, João Amoêdo, não quer assumir eventuais desgastes que comprometam sua proposta de fazer diferente da "velha política". Ao comentar a possibilidade, o governador mineiro disse não ver problema porque sempre foi monitorado.
FOTO SITE JOÃO AMOEDO: Zema e Amoêdo em corpo a corpo durante a campanha eleitoral
