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Sucessão mineira paralisa à espera de destituição no MDB

A sucessão mineira paralisou e não irá dar mais um passo enquanto não for definida a crise interna no MDB, que chegou à fervura máxima, a ponto de um pedido de intervenção federal. Está nas mãos do senador Romero Jucá, atual presidente nacional, a decisão sobre a destituição ou não do atual presidente estadual e vice-governador Antônio Andrade, hoje, um desafeto do governador Fernando Pimentel e do PT. Além do pedido de conjunto de mudança das duas bancadas, 13 deputados estaduais e seis federais, mais de 50% dos membros do diretório estadual renunciaram coletivamente, o que, pelo estatuto do partido, chama-se de autodissolução da executiva. Sendo assim, o comando nacional teria que indicar uma comissão provisória, que já tem até nome para presidir o partido, que é do deputado federal Saraiva Felipe.

Antônio Andrade também não está de braços cruzados. Ele está preparando ação para recorrer ao Judiciário, marcou reunião da executiva estadual para hoje, com o objetivo de definir a data da convenção partidária e escolher os candidatos, e espalhou faixas pela capital mineira na manhã de hoje, afirmando que as bases do MDB não aceitariam mais aliança com o PT e que querem candidatura própria. Mas tudo indica que ele não terá sucesso em sua resistência, porque estaria isolado e também porque o Judiciário também não costuma se meter em brigas internas de partido.

Mas por que a sucessão mineira parou por conta disso? Por que interessa a muita gente o destino do MDB, o partido que é dono de um dos maiores tempos de TV na campanha eleitoral. Em primeiro lugar, para os deputados do MDB que formam uma das maiores bancadas mineiras no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. Se não fizerem uma boa coligação com partidos que os ajudem, os deputados não conseguirão se reeleger, ou seja, não seriam reeleitos. Isso é a última coisa que a direção nacional quer, porque ter deputados federais é a garantia de sobrevivência do próprio partido, que ganha mais dinheiro do fundo partidário e eleitoral e tempo de televisão na campanha eleitoral.

Em segundo lugar, a queda de Andrade pode definir se o MDB terá candidato próprio ao governo mineiro ou não; se vai aliar-se a outro partido e outra candidatura. O PT do governador Fernando Pimentel é o maior interessado nisso, já que eram aliados até dois meses atrás. Com a adesão do MDB, Pimentel passaria a ter o maior tempo de televisão, mais de 5 minutos. Estão também interessados nesse tempo de televisão, os pré-candidatos a governador Márcio Lacerda (PSB) e Rodrigo Pacheco (DEM). Com a queda de Andrade, o PSDB perderia quaisquer chances de aliança com o MDB. Enfim, são vários os interesses nessa definição, que deve acontecer ainda nesta segunda (16), em Brasília, pra onde foi o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes, que é um dos pré-candidatos a governador pelo MDB.

FOTO DIVULGAÇÃO: Presidente do MDB espalhou faixas pela cidade a fim de evitar sua destituição

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