Articulação nacional tenta reatar Pimentel e Lacerda nas eleições
Enquanto as definições não acontecem, haverá, até julho deste ano, intensas conversas, especulações, boataria e, também, muito fake News. No campo concreto, o governador Fernando Pimentel (PT) está se mexendo, especialmente, depois que perdeu o apoio e aliança com o MDB mineiro para disputar a reeleição. E nesse cenário de nova polarização do PT com o PSDB, ninguém está enxergando espaço para a terceira via, razão pela qual a eleição poderia ser decidida em apenas um turno.
Tanto é que o PT de Pimentel, como o PSDB do rival, o pré-candidato a governador e senador Antonio Anastasia, tenta buscar apoios de outros candidatos. O mais visado dos concorrentes é o ex-prefeito Márcio Lacerda. A movimentação mais recente envolve o PT, o PSB do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda e o PDT do presidenciável Ciro Gomes.
A ideia seria o PT apoiar a reeleição do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que é do PSB; em troca, seu partido, o PSB de Lacerda não lançaria candidato a governador por aqui e apoiaria a reeleição de Pimentel e, no plano nacional, ambos apoiariam o presidenciável Ciro Gomes, que teria como candidato a vice-presidente Marcio Lacerda.
Haveria até uma reunião, em Belo Horizonte, na quinta (17), dos governadores do PT, mas os movimentos incomodaram a direção nacional do PT, que, por meio de nota da presidente nacional, senadora Gleise Hoffman, desautorizou a articulação. O encontro foi desarmado e outro foi realizado, nesta sexta (18), em Recife, para onde foi o governador Fernando Pimentel, sob o argumento e pauta de discutirem temas como o pacto federativo, Rio São Francisco e a proposta de privatização da Eletrobras. Claro que, entre um e outro, o assunto eleição entraria na ordem do dia.
São especulações, tentativas, mas os governadores do PT começam a ficar ansiosos porque suas alianças e campanhas estão paralisadas, enquanto o PT nacional prioriza a complicada candidatura presidencial de Lula, preso em Curitiba, cuja situação jurídica é o principal obstáculo.
Pimentel e Lacerda foram amigos pessoais no passado, quando dividiram a mesma cela da prisão nos tempos da luta armada contra o regime militar. Depois, em 2008, estiveram juntos, quando o petista se uniu ao tucano Aécio Neves, então governador de Minas, para apoiar a candidatura de Lacerda a prefeito de Belo Horizonte. Na reeleição deste, em 2012, Pimentel e Lacerda ficaram em campos opostos, onde estão até agora.
FOTOS REPRODUÇÃO BHAZ: Lacerda, Ciro e Pimentel podem caminhar juntos na eleição