Governo desafia Anastasia: “Ele terá que explicar o déficit de R$ 8 bi”
O anúncio de que o senador tucano Antonio Anastasia reviu sua decisão e, agora, admite ser candidato a governador neste ano, mexeu fortemente com o quadro eleitoral, que, a exemplo dos últimos 16 anos, deverá voltar à polarização entre tucanos e petistas. Sucessor dos 11 anos das gestões tucanas, o governo atual do petista Fernando Pimentel já deu o tom do duelo que se avizinha: “Será ótimo para ele explicar o déficit de R$ 8 bilhões que os tucanos deixaram e por que quebraram o estado com as escolhas equivocadas que fizeram”, desafiou o secretário de Governo, Odair Cunha (PT).
“Nós estamos há três anos tentando resolver a crise que eles deixaram. Foram R$ 8 bilhões”, reafirmou o secretário, apesar da contestação dos tucanos. “Por que eles contestam, agora, se votaram a favor desses números na lei orçamentária em abril de 2015? O PSDB e a oposição votaram a favor num atestado de confissão. Por que não questionaram na hora adequada? Os números não mentem”, sustentou o secretário.
Odair Cunha citou como escolhas equivocadas a construção da Cidade Administrativa, atual sede do governo estadual na região norte de BH, além de obras e reajustes sem as respectivas previsões orçamentárias. “Quem pagou os reajustes da Polícia Miliar foi o governo Pimentel, que fez opção clara de priorizar serviços essenciais, como a segurança pública e a educação. Por que construíram a Cidade Administrativa em vez de dar reajuste aos professores?”, cobrou, apontando ainda obras inacabadas, como os hospitais regionais. O secretário garantiu ainda que a provável candidatura de Anastasia não mudará os planos do governador de ser candidato à reeleição. “Só deve mexer com o lado da oposição. Por que sabemos que haverá segundo turno. Se não polariza no primeiro, polariza no segundo”, avaliou.
Outro lado: “contas equilibradas”
Em resposta, o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PPS), que foi vice de Anastasia (2011/2014 e assumiu em abril do último ano), contestou o déficit apontado pelo atual secretário de Governo. “Nós temos um relatório do Banco Central, que era do governo petista), que apontava Minas como um dos estados com as contas mais equilibradas. As contas do governo de 2014 já foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Comissão de Fiscalização Financeira da Assembleia, restando apenas o voto do plenário. Minas, como os outros estados, perderam receita em meados de 2014 por conta da crise econômica nacional, mas deixamos quitado o 13º salário do funcionalismo e provisionados os recursos do pagamento dos salários de dezembro. Eles só pagaram os salários de dezembro quando divulguei os extratos do saldo deixado”, sustentou Alberto Pinto.
FOTO REPRODUÇÃO BHAZ/AGÊNCIA MINAS E AGÊNCIA BRASIL: Duelo petista e tucano