Ano eleitoral é de turbulências para governantes
Eleição já está se misturando com a administração e não dá para distinguir uma da outra. Até porque, além da eleição de governador, no caso de Minas, a administração do governador Fernando Pimentel (PT), que tentará a reeleição, estará em avaliação: se ele deve sair ou ficar mais quatro anos, com base no que fez ou deixou de fazer.
À falta de concorrente forte, Pimentel continua favorito para ser um dos finalistas, chegar ao segundo turno da disputa, mas aí encontrará seu principal desafio. Na segunda fase da eleição, caso ele chegue lá, encontrará um adversário mais difícil, porque todos se unirão contra ele.
Agora, vêm a mistura de administração. Hoje, ele enfrenta uma greve de professores e de servidores da educação, desde o dia 8 de março, por não ter cumprido o que prometeu a eles. As principais reivindicações da categoria são o cumprimento do acordo feito em 2015 para o pagamento do piso salarial nacional, assim como o fim do parcelamento dos salários e do 13º de 2017.
Segundo a presidente do sindicato (SindUte), Beatriz Cerqueira, o governo vem descumprindo leis e acordos firmados. O líder governista, deputado André Quintão (PT), disse que, apesar de considerar legítima a demanda dos servidores, fatores políticos e econômicos trouxeram dificuldades ao estado.
No bate e rebate, a Assembleia Legislativa decidiu atuar como bombeiro no processo de negociação entre o governo e os servidores da educação. O acordo foi formalizado, na terça (13), entre o presidente da Casa, Adalclever Lopes, e o SindUte.
Ainda na assembleia, por conta de erros técnicos que poderiam ser barrados judicialmente, o governo mineiro trocou, pela segunda vez, os projetos que tratam, respectivamente, da negociação de direitos creditórios e de autorização de empréstimo para pagamento de precatórios. Na primeira vez, eles foram apresentados como emendas ‘Frankenstein’ a outro projeto; na segunda, virou projeto, específico como determina a lei e, agora, vieram desvinculados, como também exige a legislação. Está na terceira versão da mesma iniciativa.
O projeto do empréstimo federal é de R$ 2 bilhões e será destinado, especificamente, a financiar o pagamento de precatórios (dívidas do Estado resultantes de decisões judiciais). O valor do empréstimo cobre apenas 50% do que deve o Estado com precatórios. Vamos ver se as pessoas que têm direito possam receber os precatórios antes de morrer, porque, há muito, eles estão esperando na fila da desesperança.
FOTO DANIEL PROTZNER/ALMG: Com deputados, Adalclever recebe diretoria do SindUte