Traição no PP fortalece 3ª via na eleição para governador
- Orion Teixeira
- 23 de fev. de 2018
- 2 min de leitura
Período pré-eleitoral é sempre assim: traições, punhalada pelas costas, rachas, tapas e beijos na luta pelo poder e, principalmente, pela sobrevivência política. Mais do que cadeia e rejeição, políticos odeiam ser derrotados e ficar sem mandato pelo que isso representa em termos poder, desde o foro privilegiado e outras vantagens do cargo. Há exceções, claro, mas não é delas que estamos tratando neste artigo.
A destituição do ex-governador Alberto Pinto Coelho da presidência do PP estadual não foi o primeiro caso de infidelidade nem será o último. A bancada federal do PP, formada por seis deputados assustados com o risco de derrota próxima, destronou o presidente estadual e admitiu preferir apoiar a pré-candidatura a governador do deputado federal Rodrigo Pacheco, que, nos próximos dias, deixará o MDB para filiar-se ao DEM.
Ao dar essa rasteira, atingiram em cheio a pré-candidatura a governador de Dinis Pinheiro, do próprio partido, que há três anos o incentivou nesse projeto. (Após a destituição, Alberto Pinto desfiliou-se do PP; leia abaixo sua carta e desabafo).
Com isso, empurraram Dinis para uma aliança com o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), que já estava sendo construída. Se Dinis perde, Lacerda se fortalece. Um dos dois será o candidato a governador, o outro, a vice ou candidato ao Senado. A tendência é Lacerda na cabeça dessa chapa. Esse foi o segundo racha nesse início de ano eleitoral. O primeiro foi o do MDB, após manobra do grupo majoritário para garantir o apoio à candidatura de reeleição do governador Fernando Pimentel (PT), o que levará Pacheco a sair do partido.
Se houve racha do lado governista, agora, o oposicionista também se quebra com a traição no PP. Tudo somado, a sucessão caminha, até o momento, para viabilizar a terceira via. A primeira, com o petista Fernando Pimentel, na aliança PT e MDB; a segunda, com Rodrigo Pacheco numa coligação do DEM com o PP e parte dos tucanos. Sim, se o senador Antonio Anastasia não aceitar ser o candidato, os tucanos vão rachar. E a terceira via deverá ser encabeçada por Lacerda e Dinis, somando o PSB, com o PTB, PPS e PSD. O resultado deve desagradar a Pimentel, que tudo faz para impedir o crescimento de uma terceira opção.
Correndo por fora, buscando meios de ficarem conhecidos, os pré-candidatos João Batista Mares Guia (Rede) e Romeu Zema (Novo). Tem mais? Pode ser: a pressão, agora, crescerá sobre Anastasia para que aceite disputar. E só, porque os prefeitos Alexandre Kalil (PHS), de Belo Horizonte, e Vittorio Medioli (Podemos), de Betim, Grande BH, tendem a ficar onde estão.
FOTO MONTAGEM BHAZ: Pimentel, Lacerda e Pacheco

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