Pimentel tem 2 desafios para manter-se competitivo na eleição
É sabido por todos que o governador Fernando Pimentel (PT) pretende se candidatar à reeleição. Todo mundo sabe também que, sem resolver dois desafios administrativos, terá chances reduzidas de conquistar o objeto de desejo. O primeiro é acabar com o indigesto escalonamento de salários dos servidores após dois anos e, quem sabe, voltar a pagar até o quinto dia útil. Não é reivindicar muito, porque trata-se de direito adquirido, o que faz da medida mera obrigação patronal.
O segundo desafio é atualizar e acabar com os atrasos nos repasses constitucionais de impostos dos municípios. Ou seja, cumprir a Constituição, razão pela qual constitui outra obrigação. Sem essas soluções, a tarefa de tentar reeleger Pimentel será pesada e constrangerá até o mais fiel petista. Entrar numa campanha com esses déficits é enfrentar oposição ferrenha muito além dos próprios candidatos rivais, ou seja, os prefeitos e a maior parte dos 600 mil servidores públicos.
O próprio Pimentel reconheceu isso, ao adiantar, na quinta (15), que poderá encerrar o escalonamento em abril próximo, uma data pra lá de simbólica do ponto de vista político e eleitoral. Sinal de que não pretende deixar o governo, no dia 6 de abril (prazo de desincompatibilização) para disputar outro cargo (senador). Disse isso, claro, sem vincular o fato à questão eleitoral, mas aos indícios de melhoria nas contas públicas.
O alívio levará o servidor a esquecer a maldade anterior, ainda que, por conjuntura, necessária. Junto aos prefeitos, o problema é gigantesco e, de acordo com a Associação dos Municípios Mineiros, o governo deve cerca de R$ 3 bilhões aos municípios, na área da saúde e no transporte escolar.
Tudo somado, Pimentel corre contra o tempo para melhorar a situação financeira do estado; renegociou dívidas tributárias, aumentou impostos e, agora, promete para abril esse novo horizonte. Do ponto de vista eleitoral, ele sabe que não dá para se iludir com as primeiras pesquisas que o põem na liderança. Basta lembrar que foi eleito com quase 53% e que, hoje, teria pouco mais de 20% desse patrimônio.
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