Efeitos do julgamento de Lula sobre eleições e rivais
Os políticos que temem enfrentá-lo dizem que Lula deveria ser derrotado nas urnas, mas, no fundo no fundo, torcem por sua condenação ou impedimento. Amanhã, o recurso dele, contra sua condenação de nove anos e meio, será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, e acompanhado pelo mundo político e econômico. Três magistrados decidirão se ele é culpado da acusação de receber propina da empreiteira OAS por meio de um tríplex em Guarujá (SP). Se o placar for 3 a 0, haverá uma repercussão e efeito. Se for 2 a 1, será diferente. Seja qual for, a sentença vai mexer com o jogo eleitoral. A decisão pode interferir no futuro de cada um dos postulantes à Presidência. No campo da esquerda e centro-esquerda, fica a indefinição. Com Lula, poderá haver união dos partidos alinhados. Sem ele, todos podem buscar caminho próprio e tentar ser o herdeiro nesse campo político. Do lado dos adversários, o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro (RJ), na extrema-direita, tenta fazer de Lula seu principal cabo eleitoral às avessas. Quer ser o anti-lula. Se o petista sair da campanha, pode perder a razão de ser. Afinal, com quem ele vai brigar? Para Temer (MDB) e seus aliados, como o tucano Geraldo Alckmin, uma eleição sem Lula ficaria tudo mais fácil. Se houver melhora da economia, Temer pode até emplacar seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), como candidato, e ainda tem como opção o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Com Lula no páreo, só teria como opção, mais viável, o tucano e governador paulista, Geraldo Alckmin.
FOTOS REPRODUÇÃO PODER 360: Lula, Bolsonaro e Alckmin