Apoio a Temer põe PSDB perto da 'falência de órgãos'
O PSDB entrou em parafuso e em um quadro irreversível de um diagnóstico próximo ao de uma falência múltipla dos órgãos com a decisão de destituir Tasso Jereissati da presidência nacional. O senador Aécio Neves, presidente licenciado, e seu grupo político que tomaram a medida drástica, podem até sobreviver, derrotar o de Tasso Jereissati na convenção de 9 dezembro, para, depois, morrer num abraço de afogados com o governo Temer.
A destituição de Tasso reproduz a briga interna entre os que apoiam Temer e os que defendem o rompimento. Ora, se a divergência não pode ser resolvida no debate, no voto, vai no enfrentamento. Há um lado dos tucanos que está chamando o ato de “golpe dentro do golpe”, referindo-se à mesma articulação que destronou a ex-presidente Dilma (PT) do cargo. Ou seja, Aécio e Temer estariam juntos também nessa decisão que tirou Tasso da presidência.
Se Tasso vencer a convenção, o PSDB terá que deixar o governo Temer, onde ocupa quatro ministérios. Se perder, o desembarque será adiado para o ano que vem.
Aécio, que estava licenciado do cargo, reassumiu a presidência e, em seguida, nomeou o tucano paulista Alberto Goldman como interino. O argumento do senador mineiro é o do equilíbrio, da igualdade de condições, já que Tasso vai disputar a eleição para presidente do PSDB com o governador goiano Marconi Perilo. Sendo assim, Aécio e seu grupo podem até sobreviver, mas o partido deverá sucumbir. Afinal, como irá para a eleição presidencial do ano que vem sem unidade interna? Está rachado de vez e, futuramente, menor na personalidade e no tamanho.
Muito provavelmente, a ala perdedora deverá buscar abrigo em outro partido. Vamos ver agora como essa crise nacional vai se refletir na convenção estadual deste sábado para decidir o comando do PSDB mineiro. Se o senador Aécio Neves não quer perder o nacional, imagina aqui no estado, onde definirá seu futuro político e eleitoral no ano que vem.
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