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Bolsonaro promete mar e ‘vira’ atleticano, mas não conquista Kalil

Foi uma quinta-feira (14) de muita especulação política, como acontece sempre que pré-candidatos circulam pela capital mineira, como foi o caso do deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ). Como outros, sonha ter um vice mineiro na chapa presidencial. O único encontro político que teve, até onde se sabe, foi com o prefeito Alexandre Kalil (PHS), que parece não ter ficado muito à vontade com a visita; tanto é que não permitiu imagens do encontro.

Pelo pouco que sabemos de Kalil, ele não aceitaria ser vice de Bolsonaro. Não há identidade entre eles, conceituais ou políticas. Kalil o recebeu como prefeito, como deverá fazer com outros pré-candidatos a presidente. Na próxima semana, receberá o presidenciável tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. Isso é uma cortesia democrática apenas. Ao final do encontro, Bolsonaro saiu dizendo-se “atleticano” para retribuir ou conquistar a simpatia do anfitrião e, como antídoto às antipatias eventuais e inevitáveis, apelou à folclórica promessa de dar “mar para os mineiros”.

Não daria certo, porque Bolsonaro é muito diferente de Kalil: é reacionário, extremista (de direita), e defende a linha dura na segurança pública como bandeira política. Além disso, incentiva e faz manifestações homofóbicas, prega o militarismo, que não chega a ser uma ditadura militar, mas pode flertar com ela, como gritam boa parte de seus seguidores. Ele, inclusive, exalta torturadores do período militar.

Destaco aqui apenas alguns trechos do discurso que ele fez, nesta quinta (14), em Belo Horizonte, para mostrar um pouco de seu perfil. Ele disse: "Se o Estado bota uma arma na cintura de vocês (policiais) ou um fuzil no peito, é para usá-lo. Se for preciso, mate”.

Isso não é estado de direito, mas é execução; daí para a pena de morte, seria um passo, além de incentivar o abuso de autoridade e a violência policial. Haveria execução na ação policial, e o próprio policial poderia ser a primeira vítima disso. Daí para defender a liberação do porte de arma a todo o cidadão que queira ser defender de bandidos é um passo seguinte. Teremos cidadãos morrendo porque enfrentaram bandidos (função que é do Estado) e outros cidadãos matando terceiros em briga de trânsito ou em botecos.

Uma manifestação homofóbica: "Vai ter dia dos pais e dia das mães. Não tem esta historinha de família multicultural. A maioria tem que fazer valer a sua condição e nós somos a maioria".

Demonstração de militarismo: “As Forças Armadas terão lugar privilegiado no meu governo”. Militares não entendem de governo como ficou provado nos 21 anos de sangrenta e cruel regime militar.

FOTO Hoje em Dia: Jair Bolsonaro é recebido por Alexandre Kalil

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