Cemig prevê aumento de até 4% na conta de luz
Diante do impasse com o Governo federal, o presidente da Cemig, Bernardo Salomão, prevê aumento da tarifa de energia elétrica seja qual for o desfecho da crise sobre as quatro usinas que estão sob a concessão da estatal.
Paralelamente, à mobilização política, o governo mineiro está negociando com o federal o pagamento de R$ 11 bilhões para manter as usinas, que representam 50% de sua produção. Isso evitaria o leilão das quatro usinas previsto para 27 de setembro próximo.
Salomão disse que que a proposta da companhia foi aceita pelo Ministério do Planejamento. Agora, a Cemig está em busca de empréstimos ou parceiros para arrematar as usinas. O pagamento tem que ser feito até novembro deste ano. O problema é que a dívida da Cemig é de igual valor, cerca de R$ 12,5 bilhões, metade dela prevista para vencer em 2018.
Por isso, ao fazer o negócio, o presidente da Cemig prevê aumento de 3 a 4% das tarifas até o final do ano. Se perder as usinas, o aumento poderá ser ainda maior, já que as usinas podem passar para as mãos de estrangeiros.
Na sexta (18), foi realizado ato público, em Indianópolis, no Triângulo Mineiro, em defesa da Cemig e contra o leilão de quatro usinas: São Simão, Jaguara, Volta Grande e Miranda (todas no Triângulo Mineiro). Os discursos foram inflamados do tipo ‘não mexam com Minas’, ‘que o mineiro dá um boi para não entrar na briga e uma boiada para não sair dela’, e que ‘Minas está unida’, do governo até a oposição.
Em seu discurso, Salomão classificou de “injustiça” a empresa ter que pagar por usinas que, segundo ele, são suas. As usinas foram construídas na década de 90 e são até hoje operadas pela Cemig.
O assunto também está na justiça e, se o Supremo Tribunal Federal, concordar com os argumentos de Minas, nesta semana, a renovação das usinas seria um direito automático. Na tarde de ontem, o juiz do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), Antônio Souza Prudente, suspendeu, provisoriamente, o leilão das quatro usinas.
FOTO Sarah Torres/ ALMG: Minas se une politicamente contra leilão das usinas da Cemig