Só a política poderá derrubar Temer: TSE deverá inocentá-lo
Três dias depois de iniciado o julgamento final, já se formou uma convicção de que o presidente Michel Temer (PMDB), e sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), serão inocentados no processo que pede a cassação da chapa da dupla que concorreu às eleições presidenciais de 2014. Com base nisso, pode-se antever que o empate técnico formado até agora deverá desempatar nesta sexta-feira (9), ou sábado (10), a favor de Temer. De uma coisa pode-se ter certeza, se o placar mudar, alguém fará pedido de vista para ganhar tempo. A opinião pública, como a Imprensa, já havia condenado Temer, especialmente porque, nessa avaliação, ficam incluídas as delações da Odebrecht e do casal marqueteiro do PT (João Santana e sua mulher, Mônica) e as gravações-bomba da JBS), mas nada disso mexeu com as convicções, até agora, da maioria dos ministros da Corte Eleitoral. Não será dela, como havia antecipado seu presidente Gilmar Mendes, a solução da crise política instalada nos centros de poder de Brasília. Na curta e técnica visão deles, os ministros estão julgando somente as denúncias anteriores, de financiamento ilícito de campanha, sem nelas incluir as bombas recentes da Odebrecht e da JBS. Ao final, sobrará ao relator Herman Benjamin discutir apenas a ilicitude de caixa dois, já que as propinas serão ignoradas pelo TSE. Ou seja, “vamos separar o joio do trigo”, argumento que deverá pautar algumas próximas decisões judiciais. Tudo somado, à falta de um fato novo e inquestionável, o julgamento de Temer lhe será favorável, deixando o desfecho de seu futuro para o campo político. O primeiro deles é a decisão do PSDB, o principal aliado, que, na segunda-feira (12), no dia especial dos namorados, avalia se desfaz a aliança com o governo Temer. O resultado do TSE poderá ajudá-los a optar pelo fico, mas os fatos que, a cada dia, vão se precipitando sobre o colo de Temer, influenciam uma decisão de desembarque. Se o PSDB sair, o governo não se sustentará mais. De hoje até segunda-feira, Temer sofrerá outros ataques especulativos dos quais, quando reage, se enrola mais ainda, como aconteceu no caso da viagem no jatinho da JBS. No primeiro dia, o presidente negou, para, no dia seguinte, admitir que viajou em uma aeronave da qual não sabia quem era o dono e que também não pagou pela carona. FOTO SUL 21: Ministros do TSE realizam terceiro dia de julgamento da chapa Dilma/Temer