Políticos e não políticos só pensam naquilo

No centésimo primeiro dia de gestão, os prefeitos ainda estão pensando em mais eleições. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), por exemplo, confessou que gostou do que viu e quer outro mandato, mais quatro anos para conseguir realizar o que prometeu. Ele admitiu, em entrevista ao jornal Estado de Minas, que poderá se candidatar à reeleição, em 2020, para ter mais tempo e “errar menos”.

No balanço da gestão, disse que está fazendo o básico e simples, talvez, um contraponto ao badalado prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), que faz um marketing agressivo, de alta exposição, que o transformou em pré-candidato a presidente da República.

Tudo somado, ser candidato é muito melhor do que ser governante. O primeiro só promete; o segundo é cobrado todos os dias a resolver os problemas da cidade e a cumprir o que prometeu. Quando saem pesquisas dizendo que estão aprovados, pronto, ficam pensando na próxima eleição.

De acordo com o instituto Paraná, Kalil tem aprovação de 63% da população de Belo Horizonte. Divulgada na sexta-feira passada, a pesquisa aponta que 37,9% das pessoas ouvidas consideram a administração de Kalil ótima ou boa. Para 38,4%, o trabalho é regular. Já para outros 21,1%, a administração atual é ruim ou péssima.

Ou seja, não dá para se iludir com esses números, porque, a rigor, não houve nenhuma grande mudança ou realização. Daí, podemos concluir que a aprovação dele vem da lembrança positiva da campanha eleitoral ainda. Essa é a melhor fase para um governo, o começo que mais lembra uma lua de mel. Já esse papo de eleição está fora de hora. O que importa é o quem por aí, os outros 1.340 dias de administração e isso não pode ser transferido. FOTO D.A.